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5025 | I Série - Número 091 | 27 de Maio de 2004

 

Por isso, hoje, alguns poderiam esperar essa demarcação por parte do Partido Comunista. Mas, não! O Partido Comunista veio reiterar a sua linha de utilização política de reivindicações dos trabalhadores.

Vozes do PCP: - Isso é falso! Mentira! Provocador!

O Orador: - A verdade é que, nas manifestações que fazem contra o meu Governo, como contra os anteriores governos, diga-se de passagem, ao fim de algum tempo, as palavras de ordem do vosso movimento sindical, a Intersindical, são sempre "Governo para a rua!" Ora, os senhores ainda não perceberam que essa é uma forma de desvalorizar aquilo que, em alguns casos, até podem ser legítimas reivindicações e aspirações dos trabalhadores.

O Sr. João Rebelo (CDS-PP): - Muito bem!

O Orador: - Com isso, não prestam nenhum serviço aos trabalhadores. Com isso, prejudicam os trabalhadores.
Manifesto aqui a vontade e a disponibilidade do meu Governo para, numa postura construtiva, discutir com todos os trabalhadores e seus legítimos representantes, mas sem ceder à chantagem, sem ceder à pressão.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

É que se há uma regra que devemos observar, na vida como em política, Sr. Deputado Carlos Carvalhas, é a de não ceder à chantagem nem ter medo. E eu não tenho!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Francisco Louçã, para uma pergunta.

O Sr. Francisco Louçã (BE): - Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, hoje, pela primeira vez, tenho de dar-lhe os parabéns.
O Sr. Primeiro-Ministro conseguiu surpreender o Parlamento com a escolha de um tema e uma intervenção que mostrou uma nova forma de política, uma política "pasmada". O Sr. Primeiro-Ministro anuncia, pela quarta vez, 1000 milhões de euros para a investigação e a ciência. Sr. Primeiro-Ministro, nunca uma verba rendeu tanto antes de ter sido gasto um cêntimo! Isto é que é insulto e falta de respeito em relação aos cientistas, porque é demagogia sobre o que não se faz e merecia ser feito.
Tenho de dar-lhe parabéns sobretudo por outra razão, Sr. Primeiro-Ministro. É que se deu ao trabalho, que lhe agradeço, de juntar umas centenas de dirigentes, durante três dias, para atacar, insinuar e caluniar a oposição e, assim, provar que estamos no bom caminho.
Aliás, o Sr. Primeiro-Ministro provou mais uma vez que é de uma competência extraordinária a dizer "piadas Morais Sarmento".

O Sr. José Magalhães (PS): - São giras!

O Orador: - Assim, espero pelas próximas, porque tal será uma confirmação dessa sua competência.
O Sr. Primeiro-Ministro deu uma visão do País no referido Congresso. O Sr. Primeiro-Ministro, que foi eleito com uma maioria "soviética", está contente com o Congresso, está contente com a política, está contente com o que faz.
O que hoje temos de perguntar-lhe, Sr. Primeiro-Ministro, é se o País, esse, está melhor ou está pior. Ora, o País está pior em duas matérias que são decisivas para a política portuguesa - e é de política que aqui tratamos: em primeiro lugar, está pior por causa da guerra armada; em segundo lugar, está pior por causa da guerra social.
O Sr. Primeiro-Ministro prometeu-nos verdade quanto ao Iraque, tivemos mentira; prometeu-nos liberdade, tivemos ocupação; prometeu-nos democracia, temos tortura.
O Sr. Primeiro-Ministro, que faz parte da coligação ocupante, é co-responsável pelo facto de uma pessoa ter sido condenada à esclarecedora pena de um ano de prisão por um atentado contra os direitos humanos, que é a participação em tortura. O senhor faz parte do governo dos ocupantes e tem responsabilidade por isso. Naturalmente, não sabe é o que fazer a partir de agora.
Sr. Primeiro-Ministro, não lhe parece extraordinário que, há umas semanas atrás, tenhamos discutido