0038 | I Série - Número 008 | 06 de Outubro de 2006
A verdade, Srs. Deputados, é que temos um Governo que, incapaz de controlar a despesa corrente, empurra os investimentos para a frente, cancelando, atrasando e adiando as construções dos novos hospitais ou as grandes remodelações dos antigos.
Vozes do PSD: - Muito bem!
A Oradora: - Temos um Governo que, de régua e esquadro em punho, encerra maternidades, fecha urgências, desvitaliza e esvazia serviços, reduz horários de funcionamento, dificulta o acesso dos doentes, aumenta taxas e impõe novas taxas em cuidados de saúde onde estas nunca deveriam existir.
O Sr. António Montalvão Machado (PSD): - É tudo verdade!
A Oradora: - E temos um Ministro da Saúde que diz "Nunca vou a um SAP, nem nunca irei!".
Protestos do PS.
Ficamos sem saber porquê, Srs. Deputados! Será porque o Sr. Ministro não tem confiança nos SAP?!
Protestos do PS.
Temos um Ministro que cria taxas de utilização - já nem se atreve a chamá-las de taxas moderadoras - a nível do internamento dos doentes e nas cirurgias em ambulatório, como se estivesse na vontade ou na disponibilidade dos doentes ficar mais alguns dias na cama de um hospital ou ficarem contentes com uma cirurgia!
Ainda recentemente, na semana passada, um ex-alto responsável do Ministério da Saúde, do Partido Socialista, classificou as taxas sobre o internamento como "taxas de punição dos doentes",…
O Sr. António Montalvão Machado (PSD): - Muito bem!
A Oradora: - … as quais apenas servem para "pressionar o doente a pressionar o médico" para que o internamento termine mais rapidamente.
Mas, esta semana, os portugueses tiveram mais más notícias ao ficarem a saber que o Governo vai mesmo encerrar 14 urgências de norte a sul do País - as urgências dos hospitais de Curry Cabral, do Montijo, de Peso da Régua, de Macedo de Cavaleiros, de Vila do Conde, de Fafe, de Santo Tirso, de São João da Madeira, de Espinho, de Estarreja, de Ovar, de Anadia, do Fundão e de Cantanhede.
A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): - Sabe geografia!
A Oradora: - Isto sem contar com todas as urgências que foram despromovidas, ou seja, que diminuíram os recursos, reduziram as valências e baixaram de categoria.
Perante este cenário, os portugueses já se vão mentalizando que qualquer dia terão de ir a Espanha…
A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): - Os de Elvas já lá vão e não se dão mal!
A Oradora: - … para serem atendidos numa urgência polivalente, à semelhança do que sucedeu com as mulheres grávidas de Elvas.
O Sr. Manuel Pizarro (PS): - E estão satisfeitas!
A Oradora: - Em suma, Srs. Deputados, temos um Governo que desmotiva os profissionais, descredibiliza os serviços, baralha a opinião pública e inquieta os doentes com a sua incontinente e irreflectida política.
O Sr. Pedro Duarte (PSD): - Muito bem!
A Oradora: - Perante isto, VV. Ex.as, com esta iniciativa, juntam-se a nós e chamam mais uma vez a atenção para a ineficiência do sistema de saúde e da política que actualmente o sustenta.
Srs. Deputados, estamos disponíveis para, em sede de disponibilidade,…
Vozes do PS: - Ah!…