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I SÉRIE — NÚMERO 17

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O Orador: — Em matéria de finanças regionais, relativamente à Madeira, como é que V. Ex.ª, para além daquilo que já foi referido pelo Sr. Primeiro-Ministro, se esqueceu de dizer aqui que, pelo quinto ano consecutivo, os Açores apresentam um défice zero? Isso não lhe convinha dizer, porque o que queria era tapar o grande despesismo da Madeira!

Aplausos do PS.

Finalmente, Sr. Deputado, queria convidá-lo a pronunciar-se sobre estes sete pecados mortais do seu discurso, sob pena de eu ter de fazer uma citação do seu companheiro de partido Luís Filipe Menezes. E citoo porque este discurso e aquilo que o senhor acaba de fazer aqui é isso mesmo: «O PSD não tem políticas alternativas. Marques Mendes é manifestamente um bom número dois, três ou quatro, mas muito dificilmente será o número um». A seguir, o seu companheiro de bancada Marco António Costa disse: «Há um grande nervosismo na direcção do PSD.» Que só aparece a fazer o quê? A fazer declarações desgarradas.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Marques Mendes.

O Sr. Luís Marques Mendes (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado José Junqueiro, em primeiro lugar, vou referir-me à questão da credibilidade.
O senhor, o seu partido e os seus colegas, sobretudo no contexto que estamos agora a viver, são mesmo pessoas com uma grande autoridade para falar de credibilidade!…

Vozes do PSD: — Exactamente!

Protestos do PS.

O Orador: — Os senhores prometeram não aumentar impostos, mas passam a vida a aumentar impostos! Os senhores prometeram que não haveria SCUT com portagens, mas lá vai haver SCUT com portagens! Os senhores disseram «não» a taxas na saúde, mas lá vai haver taxas na saúde! E poderia dar muitos outros exemplos.
Sr. Deputado, não há praticamente uma promessa que este Governo seja capaz de cumprir, e isto abala, de facto, a credibilidade de uma maioria!

Vozes do PSD: — Muito bem!

Protestos do PS.

O Orador: — E até quanto a falar do passado.
Vou fazer uma citação curiosa, de que o senhor vai gostar: «Governar Portugal não é passar o tempo a fazer ajustes de contas com o passado. Portugal não precisa de quem vem apenas para dizer mal de quem o antecedeu, esse foi um péssimo exemplo que foi dado». Quem disse isto foi o então Deputado José Sócrates,…

O Sr. Mota Andrade (PS): — Disse e bem!

O Orador: — … candidato a Primeiro-Ministro, que passa agora a vida a falar do passado.

Aplausos do PSD.

Peguei nesta citação só para acrescentar aos outros vários casos e para perguntar ao Sr. Deputado o seguinte: será que o Sr. Primeiro-Ministro, o Governo que ele chefia e os senhores não são capazes, uma única vez, de honrar a palavra e de cumprir os compromissos que assumem? Não são capazes?

Aplausos do PSD.

O Sr. Alberto Martins (PS): — Veja-se ao espelho!

O Orador: — No que respeita à credibilidade, Sr. Deputado, acha que se o PSD não tivesse credibilidade o Governo e o Sr. Primeiro-Ministro faziam com ele um acordo em matéria de justiça? Acha que faziam um acordo com um partido que não fosse responsável, que não tivesse credibilidade?