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I SÉRIE — NÚMERO 22

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representamos e com a afirmação dos valores da paz, da segurança e da cooperação, a partir de uma experiência tão rica como é a de Portugal, coisa que ambos temos tido oportunidade de constatar, bem como todos os nossos companheiros de delegação, nos mais variados fóruns internacionais.
A experiência de Portugal é particularmente rica. Somos, na Europa, o País que tem estabilizadas há mais tempo as suas fronteiras — quando referimos, nesses fóruns internacionais, que desde meados do Século XIII vivemos dentro das mesmas fronteiras com o mesmo povo, todos ficam espantados, a começar pelos nossos vizinhos do lado, que não existiam ainda enquanto país nessa altura — e somos também, do ponto de vista da evolução democrática, depois de uma longuíssima ditadura, um exemplo extremamente interessante para os países do Leste da Europa.
Temos trabalhado muito na perspectiva de podermos coordenar o nosso esforço e os contactos que temos vindo a estabelecer em países onde não há tradição de contacto com Portugal, com os serviços do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Governo. Aliás, estas diligências começaram ainda nós estávamos na oposição e os senhores no poder, com contactos feitos justamente pelo Sr. Deputado Almeida Henriques, então com membros do governo, e é nesta linha que queremos prosseguir, afirmando aqueles valores que nos são comuns.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Manuel Alegre): — Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Teixeira de Melo.

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Depois de amanhã, comemoram-se 31 anos da implantação de um regime democrático em Portugal.
Foi em 25 de Novembro de 1975 que um grupo de militares esclarecidos pôs termo à deriva totalitária de um processo revolucionário em curso que, sob a sigla do PREC, pusera em causa tudo quanto motivara a Revolução de Abril de 1974.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Orador: — Pertenço à última geração que com capacidade de compreensão viveu o 25 de Abril e que, pelo que se lhe seguiu, percebeu tudo quanto esteve em causa no 25 de Novembro de 1975. E também por isso — percebendo, igualmente, a incomodidade do PCP, ainda que não tenha dito nada demais nesta intervenção — a obrigação que sinto de lembrar tudo quanto então esteve em causa, porque foi muito.
Em 25 de Novembro de 1975, um País quase à beira da guerra civil tomou nas mãos o seu destino e, evitando-a, soube construir com coragem a democracia que hoje temos.

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Muito bem!

O Orador: — Em 25 de Novembro de 1975, a moderação venceu a insanidade…

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Orador: — … e o País reconciliou-se, ficando definitivamente para trás os meses em que se escreveram algumas das mais negras páginas da nossa História.
Mas também por isso a razão desta lembrança, porque na lembrança do que foi mau o valor que reconhecemos no que se alcançou.
Vão decorrer 31 anos sobre o 25 de Novembro de 1975, mas não esquecemos o que ainda temos na memória como mau.
Não esquecemos o Comando Operacional do Continente, melhor conhecido e temido sob a sigla COPCON,…

O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Muito bem!

O Orador: — … que, dominado pela extrema-esquerda, procedera às mais infames detenções por delito de opinião e por motivação política.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Orador: — Não esquecemos as ocupações de terras.
Não esquecemos a reforma agrária.

O Sr. António Filipe (PCP): — Nós também não!