O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 22

22

O Sr. Marques Júnior (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Nuno Teixeira de Melo, estive indeciso em inscrever-me para, em face da sua intervenção, lhe pedir esclarecimentos, mas resolvi fazê-lo só para sublinhar dois ou três aspectos.
Tenho muito bem presente o 25 de Novembro de 1975. Recordo, aliás, à Câmara, que fui nomeado Superintendente da Comissão de Inquérito aos Acontecimentos do 25 de Novembro, pelo que tenho, ou tinha, muita informação sobre o acontecimento.
Esta data é, de facto, importante e penso que faz sentido que o CDS se pronuncie sobre o 25 de Novembro. Porém, uma das coisas que logo no início da sua intervenção me deixou um pouco perplexo e justificou esta minha intervenção foi o facto de o Sr. Deputado Nuno Melo valorizar o 25 de Novembro na sua relação com o 25 de Abril. Não nos podemos esquecer que o 25 de Abril é que é a data matriz da nossa democracia.

Aplausos do PS e do PCP.

Foi o 25 de Abril que acabou com a ditadura. Foi o 25 de Abril que acabou com a guerra.

O Sr. Armando França (PS): — Muito bem!

O Orador: — Foi o 25 de Abril que criou condições — também o 25 de Abril criou essas condições — para que, depois dessa data, fossem libertadas muitas forças que se desenvolveram na nossa sociedade, algumas com excessos — é certo! —, mas muitas de uma forma muito generosa, pensando que, com isso, conseguiam alcançar, no dia seguinte, aquilo com que sonharam, anos e anos, sem o conseguir.
Em todo esse processo há muitos erros, há muitas coisas que é necessário condenar e que o 25 de Novembro, efectivamente, corrigiu.
Portanto, aceito que o Sr. Deputado introduza o 25 de Novembro como um elemento que, de uma forma ou de outra, quer para os vencedores, quer para os que se consideram vencidos no 25 de Novembro, e no decurso de um processo muito longo, às vezes dramático, em que todos vivemos situações muito difíceis, reorientou a nossa Revolução, iniciada no 25 de Abril.
Mas queria ter a oportunidade de, em 30 segundos, lhe dizer o seguinte: Sr. Deputado Nuno Melo, foi preciso viver de uma forma muito intensa os dias do 25 de Abril e a alegria do 25 de Abril para compreender, também, muitos dos excessos que se desenvolveram na sequência do 25 de Abril.

A Sr.ª Isabel Jorge (PS): — Muito bem!

O Orador: — E, Sr. Deputado Nuno Melo, tendo tido alguma participação no 25 de Novembro, tenho uma certa compreensão não para com muitos erros que se cometeram mas para com alguns excessos que se verificaram, porque, repito, é preciso ter-se vivido a alegria intensa do fim da guerra e da ditadura…

O Sr. Armando França (PS): — Muito bem!

O Orador: — … para se viver a liberdade de forma muito intensa. E muitos viveram essa liberdade, cometendo, às vezes, excessos e erros. O 25 de Novembro corrigiu esses excessos e esses erros e, por isso, desse ponto de vista, também assinalo o 25 de Novembro.
No entanto, gostaria que o Sr. Deputado Nuno Melo considerasse e me acompanhasse numa ideia-base: a democracia nasceu com o 25 de Abril!

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Manuel Alegre): — Para responder, se assim o entender, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Teixeira de Melo.

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Marques Júnior, falei de partidos moderados e de militares moderados e, ao ter falado de militares moderados, obviamente também me revia em si.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Orador: — E, em relação aos militares moderados, presto-lhe homenagem a si.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!