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24 DE NOVEMBRO DE 2006

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O Orador: — Não esquecemos os julgamentos populares, alguns póstumos, depois de assassinados os proprietários desapossados do que legitimamente lhes pertencia.

Vozes do CDS-PP: — É verdade!

O Orador: — Certamente que o PCP também não esqueceu…

O Sr. Jorge Machado (PCP): — E do fascismo, não se lembram?!

O Orador: — Não esquecemos a tentativa de silenciamento da comunicação social livre, de que a ocupação da Rádio Renascença foi apenas um dos mais emblemáticos exemplos.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Orador: — Não esquecemos as unidades colectivas de produção (UCP) e as cooperativas agrícolas, dominadas pelo PCP.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Orador: — Não esquecemos as prisões de tantos empresários apenas porque eram empresários.
Não esquecemos os Soldados Unidos Vencerão (SUV) que, quase sempre andrajosos (como era timbre e razão de orgulho à data dos próprios), mas sempre sem êxito, tentavam intimidar quem persistia em ser livre.

O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Muito bem!

O Orador: — E não esquecemos muito mais.
Não esquecemos principalmente o que de bom, pela dificuldade do que foi conquistado, insistimos em evocar.
Por isso lembramos, prestando-lhes homenagem, os militares moderados, que acharam que era tempo de terminar com o «circo», de pôr fim à arbitrariedade, de recusar a anarquia e de nos legar o futuro.

Aplausos do CDS-PP.

E lembramos o papel fundamental dos partidos igualmente moderados, nos quais o CDS se incluiu, que a par do PS e do PPD foram, então, a face política da mudança e que, na sua acção e apoio, construíram as bases do Estado social de direito que hoje temos.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Orador: — Um Estado moderado, que resistiu até à tentação de perseguir quem pouco antes rejeitava a simples ideia da liberdade e que, desde que respeitando as regras do jogo, permitiu mesmo que acabassem por ter representação no órgão mais emblemático de tudo quanto o 25 de Novembro quis significar: a Assembleia da República, que hoje integramos, significando o povo que nos elege e nos exige que lembremos, e mais do que isso comemoremos, o 25 de Novembro de 1975.

Aplausos do CDS-PP.

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: É precisamente por isso que o CDS-PP deu entrada na Mesa de um projecto de deliberação, a que coube o n.º 6/X, destinado a evocar, de futuro, esta data.
Um projecto que pretendemos ver agendado numa próxima Conferência de Líderes, porque ao 25 de Novembro se deve a democracia consolidada que hoje temos; porque ao 25 de Novembro se deve a liberdade de expressão de que hoje gozamos; porque nenhum regime pode ser dado por definitivamente adquirido – e nisso a importância da lembrança dos momentos mais negros e das conquistas mais difíceis; para que simplesmente recordemos; e até para que quem não viveu a data ao menos possa estar à altura de honrar o maior dos legados recebidos, que é, obviamente, a democracia e a liberdade que hoje vivemos.

Aplausos do CDS-PP e do Deputado do PSD Henrique Rocha de Freitas.

O Sr. Presidente (Manuel Alegre): — Para um pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Marques Júnior.