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20 DE JANEIRO DE 2007

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O Orador: — Neste momento, basta o Governo dizer que há aqui um «desenhinho» e mais uns quantos

milhões para dizer: «A obra está feita!» Sr. Secretário de Estado, a principal questão é esta: quando e como? Estou muito curioso.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Presidente: — Também para pedir esclarecimentos adicionais, tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Pinto.

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr. Presidente, Sr. Secretário de Estado Adjunto, das Obras Públicas e das Comunicações, voltamos ao assunto da CRIL. Não acompanhamos, como sabe, a solução do Governo, e sabemos que não estamos sozinhos nesta matéria. Por isso, muito sinteticamente, gostaria de lhe voltar a colocar algumas questões fundamentais, em relação às quais a sua resposta, em sede comissão, não nos satisfez.
Porquê a insistência num traçado com três curvas acentuadas, quando era possível a passagem em linha recta entre a Buraca e Alfornelos, poupando cerca de 1 km? O que é que os terrenos da Falagueira têm que falam mais alto em relação a esta questão? Que empreendimentos tem a Câmara da Amadora planeados para estes terrenos? Estas são as perguntas que têm de ser respondidas! Por que é que não se optou, Sr. Secretário de Estado, pela conclusão do último troço em túnel e se vai encurralar populações entre várias vias rápidas? O Sr. Secretário de Estado já nos disse, em sede de comissão: «Não é possível fazer mais do que isto. Esta é a melhor proposta possível. Não há grandes alternativas.» No entanto, gostaria de voltar a questioná-lo: teve, ou não, o Ministério das Obras Públicas acesso a estudos de traçados alternativos e de diferentes formas de construção, por exemplo, totalmente em túnel? Por que motivo foram estas soluções rejeitadas? O Sr. Secretário de Estado vai dizer: «Resolvemos alguns problemas». É verdade! Resolveram o problema do aqueduto, mas falta resolver o problema das pessoas!

Vozes do BE: — Muito bem!

O Sr. Presidente: — Ainda para formular um pedido de esclarecimento adicional, tem a palavra o Sr. Deputado Francisco Madeira Lopes.

O Sr. Francisco Madeira Lopes (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr. Secretário de Estado Adjunto, das Obras Públicas e das Comunicações, gostaria de começar por dizer que a questão das acessibilidades rodoviárias da região de Lisboa é uma matéria importante. Contudo, temos a certeza que o problema das acessibilidades e do direito à mobilidade das populações não se resolve apenas com a construção de mais vias rodoviárias. Tem de passar, antes, fundamentalmente, pela resolução dos problemas de transportes públicos colectivos que temos em todo o País e também nesta zona, com particularidades muito específicas.
Nessa medida, não me vou pronunciar mais sobre isso. É conhecida a posição e a opinião de Os Verdes no sentido de que não existe uma estrutura, uma capacidade de resposta e uma estratégia definida e clara do Governo relativamente a esta problemática.
Queríamos questionar o Sr. Secretário de Estado também em relação à questão da CRIL, que Os Verdes acompanham há muitos anos. Sabemos que o projecto já se arrasta há 40 anos, sem que se conheça uma conclusão final.
No nosso entender, é positivo que tenha sido salvaguardada a questão do monumento nacional do Aqueduto das Águas Livres. Contudo, muitas outras questões ficaram por responder e as dúvidas permanecem, desde logo porque, Sr. Secretário de Estado, ao contrário daquilo que o Governo tem dito, a solução encontrada não é consensual. Não foram ouvidos os representantes dos moradores (são eles que o afirmam) nem lhes foram dadas todas as informações e esclarecimentos relativamente ao traçado e à opção escolhida.
Sr. Secretário de Estado, as questões são muito óbvias. O bairro de Alfornelos arrisca-se a ficar entalado entre três grandes nós rodoviários: entre a CRIL (o IC17), a radial da Pontinha e a radial de Benfica. A realidade é que as populações que ali habitam vão ficar sujeitas a impactos extremamente negativos do ponto de vista ambiental e de saúde pública, e impactos visuais de ruído e poluição de cerca de 200 000 carros diários.
A pergunta é óbvia, Sr. Secretário de Estado: por que é que foi escolhida aquela solução e não foi adoptada, por exemplo, a solução do desvio pela Quinta da Falagueira ou de um túnel em Alfornelos?

O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Deputado.