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I SÉRIE — NÚMERO 39

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O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos adicionais, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Poço.

O Sr. Carlos Poço (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Estado, Srs. Deputados, Sr.as Deputadas, Sr.ª Secretária de Estado dos Transportes, espera-se do Metropolitano um serviço público de transporte com qualidade e amigo do ambiente. Entenda-se por qualidade, entre outros requisitos, disponibilidade, cumprimento de horários, comodidade, segurança.
Temos o Metropolitano de Lisboa responsável por 3300 milhões de euros de passivo (o que corresponde a 2,2% do PIB), 160 milhões de euros/ano, o que corresponde a 440 000 euros/ano de prejuízo, temos os títulos de transporte de entre os caros do mundo e temos 1700 trabalhadores. O Governo tem obrigação de gerir os recursos públicos de que dispõe para satisfazer os utentes.
Pergunto: qual é o papel da tutela, do accionista, neste conflito? Vai recorrer ao modelo de arbitragem introduzido por este Governo, no início desta Legislatura? Vai dar orientações ao conselho de administração para manter um conflito que vai aumentar o número de greves? É que já tivemos, no último ano, pelo menos, mais de 10 dias de greve, com prejuízos directos para os utentes, designadamente o de chegar tarde ao emprego, e com outro tipo de problemas causados às empresas empregadoras. Tem alguma preocupação no que se refere à produtividade do País?

O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Orador: — Concluí, Sr. Presidente.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos adicionais, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Coelho.

O Sr. Miguel Coelho (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.ª Secretária de Estado dos Transportes, se é verdade que partilho a opinião seguramente da esmagadora maioria dos Deputados sentados à esquerda no Plenário, de que na economia a ética empresarial tem de estar sempre presente, também é verdade que neste universo deve igualmente haver ética sindical. E ao que, porventura, estamos a assistir neste conflito no Metropolitano de Lisboa é a uma grande ausência de ética sindical, talvez até encarada por aquela perspectiva de que «não importa o que vier a seguir, desde que nós nos sintamos bem neste momento».
De facto, estamos numa situação quase inédita, em que há uma luta de trabalhadores para manter um acordo que está a ser cumprido e que ainda não terminou, confrontando-se os cidadãos da cidade de Lisboa e da respectiva área metropolitana com greves que lhes prejudicam o dia-a-dia, que lhes prejudicam a vida.

Vozes do PCP: — Que vergonha!

O Orador: — O que importa saber é se, porventura, há alguma intenção do conselho de administração de diminuir os salários dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa. Ora, não há! Pelo menos, não tenho essa informação. Por isso, gostaria de saber, Sr.ª Secretária de Estado, se há alguma intenção de diminuir os salários dos trabalhadores.
Mas também era importante saber se algumas regalias, que estão, neste momento, em cima da mesa, são, ou não, comportáveis por parte do Metropolitano de Lisboa. É ou não verdade que, no Metropolitano de Lisboa, alguns trabalhadores chegam a ter 36 dias úteis de férias? Isto é verdade, ou não? Isto é, ou não, consentâneo com o regime de férias da maioria dos trabalhadores deste país, com o regime de férias em vigor nas empresas de transportes?

O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Orador: — Srs. Deputados, era bom que também houvesse alguma ética sindical…

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — E política!

O Orador: — … porque, se não, este país certamente não vai aguentar.

Aplausos do PS.