31 | I Série - Número: 048 | 10 de Fevereiro de 2007
do Ministro das Finanças, não são empregados do conselho de administração.
Protestos do Deputado do CDS-PP Nuno Magalhães.
Aproveito esta ocasião para ainda me referir à Festa da Música. Creio que há uma grande demagogia a este respeito. Em Portugal, não estamos habituados a um pensamento estratégico e achamos que, pelo facto de gastar 1 milhão de euros numa «Festa da Música» num fim-de-semana, já existe uma cultura musical em Portugal. Devemos é investir no futuro e criar condições para que essa cultura musical se desenvolva de uma forma estruturalmente sustentada.
Nesse sentido, tem mais importância para a política cultural, no domínio da música, ter-se investido 75 000 € em edição de partituras do que gastar 1 milhão de euros num fim-de-semana numa «Festa da Música»,…
Protestos do Deputado do CDS-PP Pedro Mota Soares.
… ou ter-se, com 30 000 €, conseguido que as comemorações Lopes Graça, em todo o País, tivessem tido a expressão que tiveram, inclusivamente, com a publicação de uma colecção de 10 CD em colaboração com a RTP, graças também ao envolvimento do Ministro dos Assuntos Parlamentares. Isso tudo tem mais importância do que gastarmos o dinheiro num fogacho.
Protestos do PSD, do CDS-PP e do BE.
Aliás, são dois terços do orçamento do CCB, que, aliás, não contribuem em nada para gerar emprego qualificado em Portugal nessa área.
A Festa da Música contribuiu, essencialmente, para rentabilizar o investimento feito a nível internacional, noutros países, contribuía muito pouco para a internacionalização dos artistas portugueses. Quase zero.
É bom não esquecer que, na área da música, o Ministério da Cultura está a investir, neste momento, cerca de 32 milhões de euros, que são os 10 milhões de euros da Casa da Música, 1,250 milhões de euros para a integração da Orquestra Nacional do Porto, o orçamento do Teatro Nacional de São Carlos, o orçamento da Companhia Nacional de Bailado, as orquestras regionais (que estas, sim, são importantes porque são estruturantes), mais os apoios que são concedidos no âmbito do Instituto das Artes.
Portanto, Sr.ª Deputada, está a dar-se uma importância à Festa da Música que ela, realmente, não tem, nem nunca teve.
Aplausos do PS.
O Sr. Pedro Duarte (PSD): — Fantástico! Eram «só» 60 000 pessoas! Eram realmente muito «poucas»…!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente, peço a palavra para uma interpelação à Mesa.
O Sr. Presidente: — Faça favor.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente, é muito raro termos aqui a equipa da cultura no Parlamento. E foi mesmo por intervenção de V. Ex.ª que foi possível trazer esta equipa a uma sessão de perguntas ao Governo.
O Sr. António Filipe (PCP): — Foi um fogacho!
O Orador: — A verdade, Sr. Presidente, é que a Deputada Teresa Caeiro fez um conjunto de perguntas ao Governo. Perguntou pela Fundação Berardo, resposta zero; perguntou pelo turismo cultural, resposta zero. Curiosamente, o Governo usa o tempo de perguntas, não para responder ao que nós perguntamos, mas para responder ao que não lhe foi perguntado.
É espantosos, aliás, que o Sr. Secretário de Estado considere a Festa da Música um «fogacho»! Registamos isso.
Vozes do PS: — Outra vez!
O Sr. Pedro Duarte (PSD): — É extraordinário!
O Orador: — Mas, Sr. Secretário de Estado, nós não lhe perguntámos sobre a Festa da Música, nós perguntámos muito claramente sobre o que está a passar-se na Fundação Berardo e o senhor não respondeu; perguntámos-lhe muito concretamente sobre o que está a passar-se no turismo cultural e o senhor não