29 | I Série - Número: 048 | 10 de Fevereiro de 2007
uma intervenção do Programa Operacional da Cultura, novas reservas da melhor qualidade, fazia todo o sentido transferir a parte verdadeiramente interessante do espólio do Museu de Arte Popular para aquele museu. Portanto, é isso que faremos.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua, Sr.ª Ministra.
A Oradora: — E também nos pareceu que seria mais útil dar um outro destino a esse espaço, destino esse que vai colmatar uma grande falha da nossa oferta museológica.
Mais uma vez aqui, Sr. Deputado, faz-se uma opção de política cultural. Foi isso que eu fiz: uma opção de política cultural, que assumo, pois entendo que é mais útil criar ali uma nova estrutura museológica de outra natureza do que manter uma estrutura velha e abandonada, onde o Estado desinvestiu anos e anos e onde também — importa dizê-lo — os seus técnicos não encontraram meios para o afirmar. Importa também dizer isto!!
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para formular perguntas, tem a palavra a Sr.ª Deputada Teresa Caeiro.
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra da Cultura, para que não haja equívocos, tenho todo o gosto em vê-la aqui, senão não teria pedido tantas vezes a sua presença. Para que fique claro, quem não quer é a bancada do Partido Socialista.
A propósito da questão do «ilusionismo», não fique tão irritada, Sr.ª Ministra, porque, de facto, os senhores têm o orçamento mais baixo dos últimos nove anos e querem-nos fazer crer que têm um orçamento extraordinário. Portanto, só com ilusionismo é que chega lá!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — É divertimento, Sr.ª Ministra!
A Oradora: — No que se refere a terem feito mais, gostaria de recordar que o Teatro Nacional de São Carlos se viu obrigado a cortar a programação desta temporada.
A Sr.ª Ministra da Cultura: — Não!
A Oradora: — Então, terá de discutir essa questão com o director, porque, pelo menos, é a afirmação que ele faz e eu não tenho quaisquer dúvidas de que assim seja.
Uma outra questão, para terminar, Sr.ª Ministra: quando nos dizem que é preciso encontrar novas formas para potenciar as sinergias e que esta questão da OPART é «uma mera partilha de serviços e rentabilização de espaços», pergunto-lhe: é preciso criar uma empresa pública,…
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Claro!
A Oradora: — … com conselho de administração, se a questão é só essa?!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Gestão à socialista!
A Oradora: — E, depois, o Sr. Secretário de Estado diz: «Não, a lógica é de uma pirâmide invertida». Ó Sr. Secretário de Estado, eu desconheço essa forma. Do que eu me lembro de Direito, o conselho de administração estará acima dos directores artísticos. Portanto, explique-me, por favor, qual é essa «pirâmide invertida» de que fala.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Muito bem!
A Oradora: — Quem vai ter autonomia administrativa e financeira é o conselho de administração, que os senhores vão indicar, não são os directores artísticos! E nós desconhecemos que mecanismos é que encontraram para garantir a autonomia entre o teatro lírico e o ballet.
Repito, mais uma vez: se é só uma questão de partilha de serviços e de maior rentabilização dos espaços, por que é que os senhores acham que há tanta apreensão e preocupação de todas as áreas? É porque, se é uma questão assim tão simples e tão evidente, com a qual eu própria concordo à partida, não percebo por que é que é preciso criar uma empresa pública.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Claro!
A Oradora: — Sr. Secretário de Estado, a enorme apreensão é o único denominador comum que eu