17 | I Série - Número: 054 | 1 de Março de 2007
Aplausos do PS.
Depois, o Sr. Deputado disse-me que estava «chocado» a propósito do desemprego. Mas chocado com quê? Por eu lhe ter recordado o curriculum do seu governo no desemprego? Por lhe ter recordado que, no tempo em que o senhor esteve no governo — e então nunca demonstrou estar chocado com isso —, o desemprego subiu de 4,2% para 7,5%? Por lhe ter recordado que, no seu tempo, Portugal perdeu postos de trabalho? E por ter lhe recordado que, apesar de tudo — com certeza que nem tudo está feito e temos sérios problemas na área do desemprego —, neste ano de 2006, há um resultado da nossa economia que merece ser valorizado e que é o de que criámos, finalmente, emprego? Neste ano de 2006 criámos 37 000 novos postos de trabalho!!
Protestos do Deputado do PSD Luís Marques Mendes.
Perdão, Sr. Deputado, são números oficiais! Este resultado é um saldo líquido! Isto quer dizer que a diferença entre 2006 e os anos do seu governo é a de que desta vez se criou emprego e no seu governo se destruiu emprego!! O Sr. Deputado agora choca-se?! Olhe, Sr. Deputado, o desemprego não se elimina por decreto. Não se faz uma lei dizendo que está proibido o desemprego. O que estamos a fazer para criar emprego é aquilo que deve ser feito, é lutar por mais crescimento económico. E, repito: quando chegámos ao governo, estávamos à beira de uma segunda recessão.
O senhor, no ano passado, disse aqui, na Assembleia da República, que 2006 iria ser um ano em que iríamos entrar em recessão, mas crescemos, crescemos mais do que a previsão do Governo, quando o senhor a desdenhava, e crescemos mais do que nos três anos em que o senhor esteve no governo. Isto não é um bom resultado? Diz o Sr. Deputado que estamos em divergência com a Europa. Mas estamos a divergir menos do que no seu tempo. Essa é que é a diferença!!
Aplausos do PS.
Vozes do PSD: — Não é verdade!
O Sr. António Montalvão Machado (PSD): — Isso é uma mentira!
O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua, Sr. Primeiro-Ministro.
O Orador: — Sr. Deputado, o sector exportador da economia portuguesa está, finalmente, a mostrar força e vitalidade. Estamos a exportar mais, a vender mais. O ano de 2006 é, provavelmente, o primeiro em que ganhámos quota de mercado internacional, em que as nossas empresas afirmaram a sua competitividade, em que diversificámos os mercados.
O Sr. Agostinho Branquinho (PSD): — É o «oásis»!
O Orador: — E o perfil dessas exportações melhorou em termos de intensidade tecnológica.
O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, tem de concluir.
O Orador: — Sr. Deputado, o seu discurso é sempre esse. O senhor, verdadeiramente, não quer resultados; o que o senhor gostaria era de ter maus resultados, mas o povo português não o acompanha. Os resultados são resultados positivos, de quem está a evoluir e a melhorar, de quem está a resolver, finalmente, os problemas que os senhores deixaram ao País durante três anos de governação!
Aplausos do PS.
O Sr. António Montalvão Machado (PSD): — Temos um Primeiro-Ministro mentiroso!
O Sr. Presidente: — Para formular uma pergunta, tem a palavra o Sr. Deputado Alberto Martins.
O Sr. Alberto Martins (PS): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, a reforma do sistema de segurança interna e das forças de segurança…
O Sr. Luís Campos Ferreira (PSD): — Está mal feita!
O Orador: — … é uma reforma nuclear do Estado de direito.