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15 | I Série - Número: 086 | 24 de Maio de 2007

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Muito bem!

O Orador: — Neste debate sobre questões sociais, era importante que todos olhássemos para trás para ver o que mudou, em dois anos, na vida prática dos portugueses. E, para nós, está à vista de todos que os portugueses, hoje, pagam mais impostos, pagam mais portagens, pagam mais água e mais crédito à habitação, estão em maior número no desemprego e têm menos condições para acreditar num futuro melhor.
Mas o Sr. Ministro também mudou — temos de o reconhecer —, pelo menos desde o tempo em que era Deputado da oposição, tendo-se refinado em algumas coisas, designadamente em propaganda, matéria na qual o senhor é bom e se tem destacado, nos últimos tempos, apresentando ao País muitos programas… É a Iniciativa Novas Oportunidades, é o Rendimento Solidário para Idosos, entre muitas outras coisas, mas o Sr. Ministro sabe que muitas destas coisas não têm passado do papel.
Para nós, PSD, neste debate, para além de enfatizar os maus resultados do Governo nas matérias do desemprego, bem como a ausência de uma política clara para a área dos deficientes e ainda de políticas de família, importa também perguntar ao Sr. Ministro se se recorda do que disse a esta Câmara, por exemplo, no dia 28 de Julho de 2004. Vou recordar-lhe, Sr. Ministro.
A sua intervenção foi a seguinte: «Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Estamos hoje a iniciar um processo, que é um processo contínuo, de avaliação do Programa do Governo (…). Mas atenção, depois de 27 meses de políticas erradas, de compromissos falhados e de promessas enterradas no esquecimento, o Governo (…) tem hoje aqui não uma espécie de 2.ª chamada mas, antes, uma espécie de 2.ª frequência.». E, na altura, o, então, Sr. Deputado foi ainda mais longe, dizendo: «Mas esta é uma 2.ª frequência a que o Governo da maioria chega com várias notas averbadas na caderneta. O Governo desta maioria é o Governo (…) do mais rápido crescimento do desemprego da União Europeia.
O Governo desta maioria parlamentar é o Governo da desorganização dos ministérios, da incompetência na organização dos serviços públicos essenciais, do agravamento das desigualdades sociais e do recuo generalizado da qualidade de vida dos mais pobres e da classe média».
Ó Sr. Ministro, quase todos nós, hoje, poderíamos dizer-lhe, com frontalidade e respeito, que o senhor, em 2004, perdeu a oportunidade de ficar calado, atendendo à política que tem vindo a pôr em prática nos últimos anos.
Por isso, coloco-lhe três simples questões, a primeira das quais tem a ver com o Ministro «zombie», como começa a ser conhecido o Sr. Ministro da Economia, porque anda por cá mas, muitas vezes, não sabe o que cá se passa.

O Sr. Presidente: — Tem de terminar, Sr. Deputado, até para não prejudicar o orador seguinte do PSD.

O Orador: — Termino já, Sr. Presidente.
Gostava de perguntar ao Sr. Ministro o que tem o Governo a dizer sobre mais esta gaffe, a seguir à célebre gaffe da electricidade, em que, mais uma vez, apareceu o Secretário de Estado Castro Guerra a desmentir o Sr. Ministro da Economia, pondo em causa o facto indesmentível que, durante o dia de ontem e de hoje, o País ficou a conhecer: mais uma empresa que fecha e mais uma incapacidade do Governo para conseguir manter não só os empregos mas, acima de tudo, resolver os problemas das pessoas daquela região do interior de Portugal. O Sr. Ministro do Trabalho tem alguma coisa a dizer-nos sobre esta matéria? Quais as diligências que o Governo está a fazer em relação a esta questão? A segunda questão, para concluir,…

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, peço-lhe moderação. Respeite o espírito de Óbidos e das Caldas da Rainha.

O Orador: — Concluo, Sr. Presidente.
Como é que o Governo entende as taxas de desemprego a que o País chegou?

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Para responder a este primeiro grupo de perguntas, tem a palavra o Sr. Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social.

O Sr. Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social: — Sr. Presidente, Srs. Deputados, começo por responder às questões colocadas pelo Sr. Deputado Jorge Machado.
O Sr. Deputado disse que eu tinha feito um discurso redondo e optimista. Bom, sobre a forma geométrica não me pronuncio, mas o meu discurso não foi optimista nem pessimista, foi um discurso sobre a