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60 | I Série - Número: 090 | 1 de Junho de 2007

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Bernardino Soares, apreciei muito o seu esforço e a sua insistência em referir vezes sem conta que «esta foi a maior jornada de luta de sempre».

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Só referi uma vez!

O Orador: — Tantas vezes vão dizer isso que acabam convencidos. O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ó Sr. Primeiro-Ministro, olhe que eu só referi uma vez…! Deve ter havido eco!

O Orador: — Mas olhe que só os senhores se convencerão, porque isso apenas provoca uns sorrisos compreensivos em todas as pessoas que vos estão a ouvir.
Sabe, mais uma vez lhe peço que tenha um pouco mais de humildade ao olhar para a realidade…

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Olha quem fala!

O Orador: — … e não a arrogância de quem acha que fez uma luta e uma jornada de luta, a maior de todas, que, naturalmente, representa a vontade de todos os trabalhadores portugueses.

Protestos do Deputado do PCP Jerónimo de Sousa.

Sabe, Sr. Deputado, os serviços mínimos — mais uma vez, os senhores podem não querer ouvir — do Metro não foram decididos pela empresa mas, sim, por arbitragem e por unanimidade.
Os árbitros que lá estão foram nomeados unanimemente, não houve intervenção nem do Governo nem da empresa! O Sr. Deputado, quando afirma que «a empresa definiu como serviços mínimos», não está a dizer a verdade porque não foi a empresa, foi uma comissão de arbitragem!

Protestos do Deputado do PCP Bernardino Soares.

Claro, não lhe interessa ouvir!! Sabe o que lhe digo, Sr. Deputado? O que me parece é que todas essas conversas pondo em causa a arbitragem são apenas o espelho do seguinte: os senhores perdem o jogo da greve e vêm dizer que a culpa é do árbitro!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Ahhh!…

O Orador: — A culpa só pode ser do árbitro!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Não! Foram os trabalhadores do Metro que deram resposta!

O Orador: — Por amor de Deus, tenham um pouco mais de humildade. Olhem para as razões e encontrarão aí, porventura, a justificação para o que aconteceu ontem.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — No Metro também se defende o direito à greve!

O Orador: — Finalmente, quanto à matéria do programa, o Sr. Deputado disse que vai acompanhar o seu desenvolvimento. Muito bem! Também lhe quero dizer o seguinte: espero que isso seja apenas o primeiro passo, porque acho que o importante — e este é o papel do Estado — é apontar um caminho, definir a prioridade, uma estratégia, mas ter também a capacidade para intervir no mercado, para que o ritmo da mudança se dê mais fortemente. E esse ritmo da mudança faz-se, em primeiro lugar, através do computador e da ligação à banda larga, porque a formação só pode vir a seguir. Nós não podemos ter a pretensão de formar sem que isso exista.
Mas a seguir temos também que apostar nos conteúdos e na formação, e tudo o que pudermos aproveitar de iniciativa empresarial sem complexos e sem preconceitos aproveitaremos, porque do que precisamos é de «contratualizar» igualmente políticas públicas com iniciativas empresariais que se destinem a transformar Portugal num caso mais rápido de mudança na utilização das tecnologias de informação e comunicação.