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10 | I Série - Número: 092 | 8 de Junho de 2007

necessidades, a verdade é que as pessoas começam a chegar à conclusão de que V. Ex.ª só dá quando tira e, aliás, tira mais do que dá!!

Aplausos do CDS-PP.

Sr. Primeiro-Ministro, em décimo lugar, gostaria de lhe lembrar que continuamos a ter uma inflação bem acima da da média europeia, que é de 2,8% contra 1,9% na zona euro e de 2,2% no total dos países da União. Significa isto que não é o facto de termos uma sociedade depauperada que conduz a termos uma inflação controlada, pelo contrário!! Décimo primeiro facto: do ponto de vista do crescimento económico, a verdade é que, confirmando-se a melhor perspectiva (e esperamos que sim) para 2007, que é a de 1,8%, ela é claramente abaixo da média europeia, que é de 2,6%, e da média de 2,9% da totalidade dos países da União Europeia. Ou seja, continuamos a divergir! Desse ponto de vista, o crescimento do ano passado, que foi igual ao de 2004, que tanto criticaram, continua a ser minguado.
Décimo segundo facto, Sr. Primeiro-Ministro: há 15 anos estávamos em 14.º lugar, se se medir em PIB per capita em paridade poder compra, no quadro actual da União Europeia, e, entretanto, fomos sendo ultrapassados por países como a Grécia, o Chipre, a República Checa, a Eslovénia ou Malta… E não quero deixar de lhe dizer, Sr. Primeiro-Ministro, que já lá vão 816 dias e V. Ex.ª ainda não conseguiu que Portugal ultrapassasse economicamente um país, mas já foi ultrapassado por vários!!

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Orador: — Décimo terceiro facto: apesar de todo o esforço — uma parte é real, outra é publicitária —, continuamos a ter uma energia que não é competitiva não só do ponto de vista da economia de quem estamos mais próximos e dependentes como também do da própria evolução das exportações — se é verdade que há melhorias elas são inferiores às do comércio global — e isto significa que, confirmadamente, continuamos a perder quotas de mercado!! Por fim, quero chamar a atenção do Sr. Primeiro-Ministro para dois factos.
O primeiro é o de que continuamos com empresas sobreendividadas. O endividamento das empresas que prejudica o crescimento é muito superior ao Produto e começamos a ter um sinal (é o último facto para o qual quero alertá-lo) da existência de crédito mal parado, que o Banco de Portugal cifrava, no início do ano, num aumento diário de cerca de 3 milhões de euros.
Isto significa, Sr. Primeiro-Ministro, que, basicamente, há uma classe média empobrecida, há uma terceira idade que está mais desprotegida e, a meu ver, o mais grave é que a mobilidade social, em que qualquer pessoa com uma visão humanista do País tem de acreditar, está a ficar esgotada.

O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.

O Orador: — Terminarei, Sr. Presidente.
Sr. Primeiro-Ministro, quero deixar para outra intervenção algumas perguntas sobre o como, o porquê e o para quê de toda esta situação.
Termino com dois aspectos muito simples.
Em primeiro lugar: onde está o Sr. Primeiro-Ministro dos 150 000 novos postos de trabalho? Onde está o Sr. Primeiro-Ministro dos 300 000 idosos com complemento de pensão? Onde está o Sr. Primeiro-Ministro da moderação fiscal e do não aumento de impostos?

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Orador: — Depois, Sr. Primeiro-Ministro, todos esperamos que haja melhorias, embora sejam menores do que as de que necessitamos.
Mas há uma pergunta essencial: com tanto sacrifício, para que é que vão ser essas melhorias?! Com o sacrifício de quem é mais pobre, com o sacrifício de quem é empresário, com o sacrifício de quem está desempregado, com o sacrifício de quem é idoso, com o sacrifício de quem tem empréstimos, com o sacrifício da classe média portuguesa, há uma pergunta que é básica: para quê? É porque as pessoas aceitam sacrifícios desde que os objectivos correspondam a intenções que elas aceitem!! Muitos objectivos poderemos partilhar, mas quero deixar-lhe claramente a nossa resposta negativa em relação a dois: não foi para financiar as SCUT, tal como VV. Ex.as as projectaram, que se fizeram tantos sacrifícios!! Quero dizer-lhe que, nesse processo, vão quase 500 milhões de euros nestes dois anos!!

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Orador: — Mas — e com isto termino, Sr. Primeiro-Ministro —, se tanta gente se sacrificou, se o País objectivamente empobreceu, se a criação de riqueza é o que é, se há tanta gente a passar dificuldades,