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15 | I Série - Número: 092 | 8 de Junho de 2007

O Orador: — O poder de compra era maior, o desemprego era menor, os impostos não tinham aumentado tanto, as previsões eram mais favoráveis, e tudo aquilo que o Partido Socialista garantiu que agora aconteceria, de facto, não se verifica! Portanto, quanto a marcas, parece evidente…!

Protestos do PS.

Agora, o argumento recorrente do Governo tem sido este: tudo isto, todos estes sacrifícios têm que ver com a necessidade de consolidação orçamental.

O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr. Deputado.

O Orador: — Termino, Sr. Presidente.
Mas, se assim é, se tanto esforço é pedido ao País, se tanto sacrifício é pedido aos portugueses, se tanto mais se paga hoje em impostos em Portugal — e essa é a marca da governação socialista em Portugal —, então para quê? A pergunta foi aqui deixada na nossa intervenção inicial, mas ainda não obteve resposta, que será dada agora, certamente, pelo Sr. Ministro dos… Assuntos Parlamentares — eu ia chamar-lhe ministro dos impostos parlamentares, veja lá…, não sei porquê…

Risos.

Mas, dizia eu, no fundo, a questão é esta: tanto sacrifício para quê? Ou seja, quando os portugueses hoje pagam tanto, quando se sacrificam tanto e quando têm tão pouco, como se justifica que o investimento prioritário do Governo seja um que tem por base uma decisão que é estritamente política? Refiro-me, obviamente, ao aeroporto da Ota.

O Sr. Presidente: — Agradeço-lhe que conclua, Sr. Deputado. E não é por estar a falar desse tema,…

Risos.

… mas só porque já esgotou o tempo de que dispunha.

O Orador: — Vou terminar, Sr. Presidente, recordando, a propósito de política, uma entrevista de alguém que foi ministra da pasta, a Dr.ª Elisa Ferreira, que, com muita clareza dizia: «Isto, de facto, é uma decisão política. Não há qualquer decisão técnica que justifique a Ota».
Por isso pergunto: se assim é, com os valores que estão em causa, se pedimos tantos sacrifícios aos portugueses, porquê este investimento? O que é que justifica o esbanjamento neste investimento do Governo, investimento esse que, para além do mais, nem sequer é prioritário?

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Hugo Velosa.

O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares, deixe-me que lhe diga, em primeiro lugar, que ouvi com muita atenção o seu discurso e, muito sinceramente, ele é verdadeiramente um discurso virtual. Tenho aqui uma cópia para o reler, mas trata-se de um discurso virtual.
Aliás, compreendemos porque o Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares não é o Ministro da Economia deste Governo.
O Ministro da Economia, se estivesse aqui, defendê-lo-ia — e compreende-se que não esteja, independentemente das razões que foram invocadas —, porque defendeu que Portugal era mais competitivo com baixos salários e, se se defendem os baixos salários, tem de se conceber, desde logo, que haja um baixar do poder de compra em Portugal.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Muito bem!

O Orador: — Se se defendem os baixos salários, não se vai defender que, ao mesmo tempo, haja uma melhoria do poder de compra.
Mas os números são frios e claros: o poder de compra está, efectivamente, a bater no fundo, e o Governo do Partido Socialista não pode desligar-se dessa realidade.
V. Ex.ª chega aqui e fala no aumento do rendimento disponível. Bem pode falar no aumento do rendimento disponível o tempo que quiser, mas não se pode desligar destas duas realidades: o poder de compra, neste momento, baixou, efectivamente, a níveis inaceitáveis e, pelo que se vê, com as políticas deste Governo, vai continuar a baixar. Mas esperemos que não.
Mas, pior do que isso, já se falou aqui da questão do endividamento das famílias e, sobretudo, das