27 | I Série - Número: 096 | 21 de Junho de 2007
vão surgindo no percurso mas efectivamente responsável e determinado em relação ao objectivo. E este é um grande objectivo nacional, este não é um fait-divers de eleições autárquicas!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Tenha vergonha!
O Orador: — Trata-se de projectar um grande investimento, um grande projecto, que leva cerca de 5 ou 6 anos a concluir, no mínimo dos mínimos, na melhor das situações! Portanto, tem de ser tomada esta decisão com a antecedência necessária e com o sentido de responsabilidade e a ponderação que ela exige.
Mas atenção, e para terminar, queria referir que o Governo, o Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações e o Sr. Ministro das Obras Públicas sempre disseram – ninguém pode contestar – que, independentemente de essa parecer a melhor decisão e o melhor rumo, estariam, como têm estado, disponíveis, sensíveis, atentos e preparados para recolher estudos credíveis que porventura viessem a surgir sobre propostas alternativas, avaliá-los, tê-los em consideração, mas não parando o processo, dando-lhe continuidade e, em simultâneo, fazendo a avaliação das soluções que fossem surgindo. E é isso, Caros Srs. Deputados e Sr.as Deputadas, que o PS e o seu Governo estão a fazer.
Depois, surgiu um estudo credível, infelizmente não apresentado por nenhuma força da oposição, e tinham a obrigação de o fazer,…
Aplausos do PS.
Risos do PSD, do PCP, do CDS-PP, do BE e de Os Verdes.
… mas por uma organização da sociedade civil.
Efectivamente, quando surgiu esse estudo com a hipótese de localização em Alcochete, o Governo logo se disponibilizou, numa linha de coerência, a aceitar, a avaliar e a ponderar essa nova solução.
Bom, e agora surge, infelizmente tarde, parece que uma organização da sociedade civil mais uma vez – naturalmente, admitimos que devidamente motivada e «empurrada», no bom sentido do termo, pelas conveniências e pelos oportunismos da actualidade – a dizer que apresentará um estudo sobre a viabilidade da solução «Portela+1».
Numa linha de coerência com aquilo que tem sido a sua posição, o Governo diz «continuaremos a aprofundar as questões do estudo sobre a Ota, mas vamos, então, ter em atenção essa nova proposta, venha esse novo estudo que diz que a “Portela+1” será uma solução».
Realmente, VV. Ex.as defendem-na como a solução – no nosso entendimento não é – que tem, na actualidade, capacidade de resposta para os problemas aeroportuários do País.
Portanto, o que queremos perguntar àqueles que agora aparecem defendendo a «Portela+1» como uma solução é quais são os custos que ela tem para o País. E viro-me até, de alguma maneira, para os partidos de esquerda em cuja matriz ideológica e em cuja linha programática está a defesa da qualidade de vida das pessoas, a preservação do ambiente e o combate à poluição.
Que tipo de preço tem para o País, para os portugueses e para os lisboetas não cuidar desta matéria?
A Sr.ª Isabel Jorge (PS): — Muito bem!
O Orador: — Quanto custa continuar a poluir fortemente o ar de Lisboa? Quanto custa continuar com a poluição sonora, de um modo perfeitamente insustentável, do ambiente da cidade Lisboa e dos lisboetas?
Vozes do PS: — Muito bem!
O Orador: — Quanto custa a persistente poluição do solo onde está instalado o aeroporto da Portela?
Vozes do PS: — Não lhes interessa!
O Orador: — Quanto custa, Sr.as e Srs. Deputados, a não devolução à polis da grande área de Lisboa de um espaço…
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Um jardim!
O Orador: — … que deve ser de fruição e de lazer, onde efectivamente, neste momento, isso não acontece, antes pelo contrário, onde há um conjunto de situações extremamente prejudiciais? Mas faço perguntas ainda no plano económico e financeiro, que é preciso ter em atenção.