33 | I Série - Número: 109 | 21 de Julho de 2007
vossos interesses partidários, Sr. Deputado.
Aplausos do PS.
Protestos do BE.
O Sr. Deputado disse ainda o seguinte: «Temos de ver se o País vai ou não melhor». Eu disse o que pensava, isto é, que o País está melhor do que estava há dois anos atrás, muito melhor. Comecei por apresentar e defender o meu ponto de vista e respeito o ponto de vista dos outros.
Porém, já ouvi o Sr. Deputado dizer várias vezes, não só neste ano, mas no ano anterior e também ao Partido Comunista, que há uma crise de confiança e que as pessoas estão zangadas.
Sr. Deputado, se se refere às últimas eleições em Lisboa, a crise de confiança também se fez notar no seu partido e os senhores têm feito um grande esforço para a disfarçar. Se essa crise de confiança existe e se é a sua interpretação destas últimas eleições em Lisboa, desculpe, mas os senhores têm muito por onde olhar, porque ouvi dizer que o Bloco de Esquerda…
O Sr. Francisco Louçã (BE): — É preciso descaramento!
O Orador: — É preciso descaramento para vos dizer que vocês baixaram nas eleições em Lisboa?! Sim, isso é mesmo um grande atrevimento…
O Sr. Luís Fazenda (BE): — O PS baixou mais!
O Orador: — Sr. Deputado, peça já um voto de protesto! Então, aqui, nesta Assembleia, alguém se lembra de dizer que o Bloco de Esquerda desceu numas eleições?! Que horror! Sr. Deputado, é pura verdade! Desceram nas eleições em Lisboa!
O Sr. Francisco Louçã (BE): — E o PS?! O PS subiu?
O Orador: — O PS subiu, em termos percentuais.
Risos do BE.
Este Bloco de Esquerda é o máximo! Então, o PS, que tinha 26% e passou para 29,5%, não subiu e o Bloco de Esquerda, que desceu em termos percentuais, subiu! Isso é que é confiança em vós.
Aplausos do PS.
O Sr. Deputado acha sempre que a confiança é com os outros, convosco nunca é.
O Sr. Deputado fala muito no desemprego e nuns debates reconhece que há criação líquida de emprego, noutros já não reconhece, ou seja, anteriormente já reconheceu, agora decidiu não reconhecer.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Não é isso!
O Orador: — Sr. Deputado, quanto à questão do emprego, o que estamos a fazer é apostar na única via possível para conter o desemprego e para o reduzir, que é apostar no crescimento da economia e na formação dos trabalhadores.
O Sr. Deputado sabe que desde que lançámos a iniciativa Novas Oportunidades há 250 000 portugueses inscritos neste programa? Ouviu bem, Sr. Deputado, 250 000 portugueses! Isto é de um êxito sem precedentes. Aliás, devo dizer-lhe que este número me impressiona muito, porque julgo que o País percebeu que tem de voltar à escola, que tem de aprender mais; são 250 000 pessoas, a maior parte delas estão a trabalhar e estão a dar o seu melhor, depois do trabalho, para valorizarem as suas competências, para tirarem o 9.º ano e o 12.º ano, e é espantoso que nenhum partido de esquerda sublinhe este facto, premeie este esforço, dê uma palavra de alento, de confiança, de incentivo a esses portugueses que estão a dar o seu melhor e, mais, que não faça disso um exemplo para apelar aos outros para virem também estudar.
Aplausos do PS.
A melhor forma que temos para aumentar os salários e para prevenir o desemprego futuro é aumentar as qualificações. É, pois, extraordinário que o Bloco de Esquerda nunca se refira ao programa Novas Oportunidades, porque acha que é uma programa menor. O que importa sempre é sublinhar, no seu afã de