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28 | I Série - Número: 110 | 7 de Setembro de 2007

O Orador: — É curioso que esta cara de juventude não tenha sequer falado das principais políticas que garantem a mínima estabilidade aos jovens portugueses.
Também é estranho que nesta sua intervenção não tenha dito uma palavra sobre a fuga e a emigração de jovens que cresce anualmente, inclusivamente de jovens licenciados. Como sabemos, cada vez mais jovens licenciados se deslocam anualmente para o estrangeiro. Também não disse uma palavra sobre os 45 000 licenciados no desemprego a que agora acrescem os professores não colocados.
Afinal, quando queremos aplicar à prática e à objectiva realidade esta «maravilha» de País que aqui nos mostrou, do You Tube e do Google, verificamos que a vida dos portugueses e mesmo da juventude se encontra cada vez mais confrontada com a instabilidade e a insegurança.
Sr. Deputado, gostava de perguntar-lhe como é que compatibiliza o seu discurso de modernidade, que é a palavra mais bonita que este Governo encontra para descrever o descalabro da sua política, com a crescente precariedade no trabalho e o facto de os jovens hoje nem sequer saberem quando podem iniciar a sua vida.
Hoje, um jovem não sabe quando é que pode começar a construir a sua vida de forma independente da sua família, não sabe quando pode comprometer-se com a compra de uma casa, não sabe se amanhã ainda está no mesmo posto de trabalho. Ora, esta situação tende a agravar-se e sobre essas questões, que são essenciais, o Sr. Deputado não disse uma palavra.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Nuno Santos, que dispõe de 3 minutos para o efeito.

O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — Sr. Presidente, tentarei responder a todas as questões.
Os Srs. Deputados estiveram mais preocupados com aquilo que eu não disse e não comentaram aquilo que eu disse! Presumo que concordaram com aquilo que foi dito.

Protestos do PSD e do PCP.

Aliás, os dados que foram apresentados não saíram de qualquer gabinete do Governo, mas de instituições internacionais e de rankings considerados e com credibilidade a nível internacional.

Vozes do PS: — Muito bem!

O Orador: — Não fomos nós que os inventámos, eles existem e o esforço de Portugal tem sido reconhecido por esses mesmos rankings.

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Só «inventaram» a Internet…!

O Orador: — Quando os Srs. Deputados não querem ouvir não ouvem mesmo! Porém, desde o início da minha intervenção tive o cuidado de dizer várias vezes que a situação dos jovens portugueses não é fácil. Está a atravessar-se um momento difícil — e não escamoteei o elevado desemprego que a população portuguesa enfrenta. Isso foi dito e está escrito na minha intervenção, mas não quiseram ouvir.

Protestos do PCP.

Mas eu também disse que a única forma de inverter a actual situação é através do investimento que está a ser feito em tecnologia e em qualificação.

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Mas que investimento?!

O Orador: — Esta é a única forma de conseguirmos mudar o paradigma da economia portuguesa.
Há pouco o Sr. Deputado Diogo Feio pedia para explicar a contradição entre o aumento do crescimento económico ao mesmo tempo que isso não se verificava no desemprego, ou seja, pediu-me para explicar como era possível a economia crescer e o desemprego não. É fácil: Portugal está a atravessar um profundo momento de reestruturação do seu tecido produtivo e há um hiato entre o início do crescimento económico e a absorção da mão-de-obra.

Vozes do PS: — Muito bem!

O Orador: — Aliás, foi esse o processo pelo qual passou grande parte dos países europeus, e em Portugal não seria diferente. Nós conseguimos inverter o Estado em que os senhores deixaram o País, em 2004 e em 2005.