45 | I Série - Número: 001 | 20 de Setembro de 2007
noutras maternidades, preferiram a que as recebeu. Isto porque houve condições, do ponto de vista dos recursos humanos, para qualificar os serviços.
Uma nota final extremamente relevante, para falar sobre a «mentirola». Vamos falar objectivamente sobre a «mentirola».
A verdade é que, do ponto de vista da política de saúde, o concelho de Barcelos tem neste momento um gigantesco investimento deste Governo, tem duas extensões de saúde prontas para ser inauguradas, foi objecto de uma decisão pela qual o serviço de urgência é classificado como médico-cirúrgico dentro da rede de referenciação dos serviços de urgência, não tendo diminuído nem sequer um segundo, Sr. Deputado Agostinho Lopes, o período de tempo do seu funcionamento.
E há mais.
Aquela que é a nossa grande ambição e aquilo de que me orgulho por poder representar o meu concelho…
O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Manuel Mota (PS): — … é do facto de ser este Governo o responsável pelo acordo que garante a construção de um novo hospital no concelho de Barcelos.
É isto que marca. É isto que, efectivamente, faz a diferença entre aqueles populistas, ou demagogos, que, de manhã, dizem que estão ao lado do encerramento de uma fábrica, à tarde, estão no encerramento de uma escola e, à noite, se não houver nada para fechar, estão no encerramento do Telejornal.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Semedo.
O Sr. João Semedo (BE): — Sr. Presidente, de maneira alguma queria polarizar o debate com o Sr.
Ministro dos Assuntos Parlamentares,…
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Não me diga que vai obrigar-me a falar outra vez?!
Risos.
O Sr. João Semedo (BE): — … mas só queria dizer o seguinte: a «esquerda moderna», ou menos moderna mas desde que seja politicamente inteligente, não gasta energias a mudar o que está bem.
O que está bem no nosso sistema político é que temos um serviço público de saúde que é pago por todos e beneficia todos de acordo com as suas necessidades. Isso não exige qualquer mudança! Já a mudança que estão a preparar é uma mudança que nada tem de esquerda, nada tem de social, valor este de que os senhores tanto se vangloriam. E qual é a mudança? É que, a pretexto de que é preciso proteger os que menos têm, vão criar uma diferenciação no compromisso de cada um com o Serviço Nacional de Saúde. E quando isso acontecer, quando aqueles que mais têm mais pagarem, esses também vão exigir mais. Nessa altura, vão surgir dois Serviços Nacionais de Saúde: um, para quem paga muito e, outro, para quem paga pouco. E não tenho quaisquer dúvidas de que o segundo será muito pior do que o primeiro. É contra isso, e não contra outras considerações que o Sr. Ministro fez sobre esta matéria, que esta esquerda que representamos está.
Relativamente à maternidade de Barcelos, esta discussão é mais uma que pouco ou nada afectará o decurso dos acontecimentos, pelo que cada um fará o comentário que politicamente considerar mais relevante.
Era minha intenção dizer uma outra coisa, mas a intervenção do Sr. Deputado Manuel Mota sobre o populismo e as obras do seu Governo obrigam-me a ter de mudar o rumo e o sentido das minhas palavras. É que o caso de Barcelos é exemplar a muitos títulos. Francamente, acho fantástico que o Sr. Deputado considere positivo (e que até o tenha referido em termos elogiosos) o comportamento do Ministro da Saúde relativamente ao hospital de Barcelos! É que, num curtíssimo espaço de tempo, fechou a maternidade (ou, se quiser, o bloco de partos), anunciou o encerramento das urgências…
Protestos do Deputado do PS Manuel Mota.
Deixe-me acabar, Sr. Deputado! Como dizia, num curtíssimo espaço de tempo, fechou a maternidade, anunciou o encerramento das urgências, anunciou a integração no hospital de Braga e, depois, como se esqueceu de que a pareceria do hospital de Braga o impedia de incluir o hospital de Barcelos, arranjou um estratagema que foi o de nomear para administradores do hospital de Barcelos os mesmos de Braga. E, «cereja em cima do bolo», para contentar o presidente da câmara e a população, anunciou, como o senhor referiu, um novo hospital.
O Sr. Manuel Mota (PS): — Manteve as urgências!