56 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007
agora não eram.
Finalmente, a questão do emprego e do desemprego. Há pouco fez referência à tendência de crescimento com base nos dados do EUROSTAT. Sejamos claros: os dados do EUROSTAT apontam uma taxa de desemprego, em Setembro de 2007, de 8,3%. Mas a série mensal do EUROSTAT diz-nos o seguinte: Março, 8,2%; Abril, 8,3%; Maio, 8,2%; Junho, 8,2%; Julho, 8,2%; Agosto, 8,3%; Setembro, 8,3%.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Há pouco era 7,9%!
O Sr. Afonso Candal (PS): — Ou seja, mesmo de acordo com os dados do EUROSTAT, não é possível ler aqui uma tendência de subida, há uma clara manutenção e há uma manutenção que tem, em termos de estrutura, uma diferença muito radical: o emprego líquido é hoje superior àquele que era quando este Governo entrou em funções.
No governo anterior, em igual período, o emprego líquido diminuiu, ou seja, houve mais pessoas a irem para o desemprego do que aumento da população activa. O desemprego foi aumentado por novos trabalhadores, mais população activa, e por pessoas que perderam o seu posto de trabalho. Actualmente isto não acontece. Durante os anos anteriores havia menos uma pessoa empregada por hora. Desde o início do mandato deste Governo, há mais três portugueses com emprego por hora, mais 60 200 empregos.
É verdade que 60 000 novos postos de trabalho não chegam para acomodar um crescimento da população activa de 88 000 cidadãos que, de novo, procuram emprego, mas há crescimento líquido de postos de trabalho.
Portanto, Sr.as e Srs. Deputados, este é um Orçamento de rigor, de credibilidade, tem conseguido alcançar diversos sucessos e dá sinais de partilha desses bons resultados com os portugueses, nomeadamente com os portugueses que menos têm e com os que mais necessitam.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Hugo Velosa.
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Afonso Candal, registamos que consegue «ser mais papista que o Papa», ou seja, vem aqui fazer uma intervenção em que claramente consegue ultrapassar o Governo naquelas matérias que são fundamentais e que não correspondem à realidade deste Orçamento.
O Sr. Deputado parece uma espécie de «Alice no País das Maravilhas». É claramente isso, em todos os aspectos da sua intervenção! Assim, queria questioná-lo para ver se o retiro desse «País das Maravilhas» e se desce um pouco à terra.
O Sr. Afonso Candal (PS): — Diga!
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — O Sr. Deputado afirmou na sua intervenção — e é bom que isso fique registado — uma coisa estranhíssima: disse que a actual geração de reformados não pode prejudicar aquela a que o Sr. Deputado e a sua geração pertencerão.
O Sr. Pedro Santana Lopes (PSD): — Exactamente!
O Sr. Afonso Candal (PS): — É ao contrário!
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Isto dito assim, claramente, é algo de muito estranho, e é bom que lá fora se saiba que o Sr. Deputado Afonso Candal e o Partido Socialista consideram que não há direitos adquiridos que tenham sido postos em causa. Vá dizer isso lá fora! Vá dizer aos portugueses que não houve direitos adquiridos que tivessem sido atingidos por este Governo!
Aplausos do PSD.
O Sr. Afonso Candal (PS): — Eu até o digo cá dentro!
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Mas, Sr. Deputado, é realmente muito estranha a sua visão da fiscalidade e do crescimento económico. Para já, disse a verdade sobre o desemprego. Disse que o desemprego são 8,3%, porque o Eurostat acabou de dizer, em Setembro, que o desemprego era 8,3%. Porém, depois, o Sr. Deputado disse: «mas o crescimento económico é virtuoso». É virtuoso?!
O Sr. Rui Gomes da Silva (PSD): — Quando existe!
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Sr. Deputado, há pouco tempo, Medina Carreira chamou-o rastejante, e é