86 | I Série - Número: 017 | 24 de Novembro de 2007
irresponsável. É esta mesma linha de ziguezague inconsequente que agora é continuada com Luís Filipe Menezes, pelos vistos com outros meios.
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Estão verdadeiramente incomodados!
O Sr. Alberto Martins (PS): — Mas, atenção, em matéria de meios tudo parece querer mudar com Luís Filipe Menezes.
O Sr. Pedro Santana Lopes (PSD): — E o Orçamento para 2008?!
O Sr. Alberto Martins (PS): — É notícia, com grande ressonância pública, que alguém irá preparar a imagem do líder e a sua maquilhagem está a ser trabalhada por dois dos melhores especialistas em marketing de São Paulo.
Vozes do PSD: — Fale do Orçamento!
O Sr. Alberto Martins (PS): — E, por isso, este passa a dar conferências de imprensa em que, antes ou depois de subir ao palanque,…
O Sr. Honório Novo (PCP): — Olhe para o espelho!
O Sr. Alberto Martins (PS): — … e cito, «entra e sai da sala por uma porta lateral», conduzido em carro negro. Mas na mão, ou no bolso, já levará as dicas do guião. O Dr. Luís Filipe Menezes receberá, e cito, «dia sim, dia não», e cito, «três ideias e dez frases». E poderá, então, revelar o seu pujante talento criativo de estadista face ao guião que lhe foi destinado.
Vozes do PSD: — Isto é uma vergonha!
O Sr. Alberto Martins (PS): — É evidente que a partir de agora ficamos sempre na dúvida quanto à natureza das afirmações do líder do PSD.
Protestos do PSD.
E, sobretudo, ficamos sempre com a dúvida inquietante se a afirmação «quotidiana» proferida faz ou não parte do guião, se corresponde ao «dia sim» ou ao «dia não»!
Aplausos do PS.
Mas entretanto, e enquanto o guião não chega de São Paulo, o maior contributo do novel PSD de Menezes foi fazer alegremente tábua rasa daquilo que o PPD-PSD fazia, ou dizia que fazia.
Protestos do PSD.
Primeiro, ouvimos, durante meses, que o Governo socialista nem sequer reduzia o défice. Depois, que não reduzia o suficiente. Depois ainda, que o défice se reduzia sim senhor, mas não de modo correcto. Embora tudo isto fosse falso, sempre revelava que o PSD se preocupava com o défice.
Mas agora que o défice diminuiu de modo efectivo e expressivo, agora que Portugal está, finalmente, a cumprir os critérios do défice excessivo, agora em que pela primeira vez em anos a dívida pública se reduziu, é agora que o novo líder do PSD afirma, e cito: «os portugueses não comem défice nem dívida pública».
Repito: «Os portugueses não comem défice nem dívida pública». É espantoso!