15 | I Série - Número: 028 | 20 de Dezembro de 2007
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Este é também o dia em que o ainda Ministro das Obras Públicas inaugurou uma obra que é o maior monumento à ineficiência do Estado e ao desbaratar de dinheiros públicos.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Falo do troço do metro entre o Terreiro do Paço e Santa Apolónia: era para estar pronto para a Expo 98; pois passou o milénio, mais um Europeu de Futebol e quase uma Presidência europeia para que, no dia 19 de Dezembro de 2007, se inaugurasse a obra. Deve ser caso único no mundo. É lamentável que Portugal fique conhecido por estes eventos e que o Sr. Primeiro-Ministro se irrite com as perguntas sobre o atraso.
Pois, Sr. Primeiro-Ministro, quem já se está a irritar com as suas irritações são os contribuintes, que assistem a este desbaratar de dinheiros públicos e ao aumento da carga fiscal.
Não é aceitável que o Sr. Ministro das Obras Públicas diga que a derrapagem foi «‘apenas’ de 40 milhões de euros»!… Que fique muito claro: derrapagens como esta «jamais»!!
Aplausos e risos do CDS-PP.
Esperamos que o Sr. Primeiro-Ministro, no próximo ano, decida o que tem a decidir, explique o que tem a explicar, mude o que tem a mudar, mas que inverta este ciclo, pois, se tal não acontecer, aqui estaremos em 2008 para o denunciar!
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Manuel Alegre): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Pinto.
O Sr. Pedro Pinto (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Diogo Feio, veio hoje aqui falar do Ministro talvez mais inexistente deste Governo… e num país como o nosso não é surpreendente.
Quando vimos um partido que, em campanha eleitoral, se aplicou a prometer aos portugueses um progresso fundamentalmente assente numa nova economia que ia ser construída, o que é que vemos agora? A cara dessa mesma política que devia ser visível, pura e simplesmente, desapareceu.
Vimos que na discussão do Orçamento do Estado para 2007, documento fundamental para a visibilidade de uma qualquer política económica, o Ministro não esteve, esteve ausente! Vimos que na discussão do PEC, com a importância que tem a comparação entre os resultados prometidos e os obtidos, o Sr. Ministro não esteve, esteve ausente, desapareceu! Vimos um Ministro que, desde o início, apresentou a esta Casa e ao País os grandes investimentos estrangeiros que iriam ser feitos em Portugal, mas que, até ao momento, estão no ponto zero! Por isso, acho muito bem que o Sr. Ministro venha, de uma vez por todas, a esta Casa, para termos a certeza de que ainda é Ministro, de que ainda existe, de que ainda pensa realmente vir a fazer qualquer coisa nos muito poucos meses que lhe devem faltar até à remodelação.
Assim, gostaria de perguntar-lhe, Sr. Deputado Diogo Feio, se está na disposição de questionar ainda o Sr.
Ministro sobre aquilo que foram os grandes investimentos estrangeiros em Portugal, que são, neste momento, apenas uma miragem.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Manuel Alegre): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Diogo Feio.
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Pedro Pinto, referiu-se ao Sr. Ministro da Economia como a maior das inexistências, não a única, deste Governo. Se calhar, estamos a fazer um último esforço no sentido de tentar que o Sr. Ministro possa vir aqui responder directamente às perguntas dos Deputados.
É curioso que o Sr. Ministro da Economia já não fala em Plenário desde Novembro de 2006 e não foi, repito, por falta de esforço ou de vontade dos Deputados desta Câmara. Só conseguimos ver o Sr. Ministro quando vem acompanhar o Sr. Primeiro-Ministro nos debates mensais, agora quinzenais. Mais: o CDS-PP apresentou uma iniciativa sobre o poder de compra dos portugueses e quem tivemos a responder — imaginese! — foi o Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares, que nos deu também na altura a notícia «extraordinária» de que o poder de compra não era economia…! Possivelmente, estes dados que agora vêm do Eurostat também não devem ser economia…! Assim, tentamos perceber quem trata de economia dentro deste Governo. E, devo dizer-lhe, é tarefa muito difícil. Estamos perante silêncios cada vez maiores, porque agora não são apenas por parte do Governo, mas