43 | I Série - Número: 029 | 21 de Dezembro de 2007
Assembleia numa reunião em que estavam presentes os representantes dos Parlamentos nacionais —, vamos fazer com que os Parlamentos regionais sejam ouvidos com muito mais regularidade sobre as iniciativas da União Europeia. E é assim, Sr.as e Srs. Deputados, que se valoriza, de uma forma séria e honesta, o processo de construção das autonomias da Madeira e dos Açores.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para a intervenção de encerramento do debate, tem a palavra o Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.
O Sr. Honório Novo (PCP): — Vai dizer agora que vão realizar o referendo!
Risos.
O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — Queria…, Sr. Deputado, mas tem de esperar mais uns dias! Tem de esperar pelo Ano Novo! O Ano Novo traz novas ideias!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — E a nova ideia não é a do Programa do Governo!
O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Algumas notas finais, no encerramento deste debate: nada de novo!! Sabemos que a Câmara expressa um consenso que tem sustentado a política externa do País e, em particular, a política europeia, ao longo dos últimos anos. Este consenso mantém-se, como se pôde verificar aqui, pelas várias intervenções.
A esquerda à esquerda do Partido Socialista…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — A esquerda! Diga!
O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — … nada aprendeu, nada de novo durante estes anos! É, aliás, absolutamente ridículo! Creio que qualquer cidadão português que tivesse oportunidade de ouvir este debate não deixaria de ficar chocado com as intervenções que quer o Partido Comunista, quer o Bloco de Esquerda, quer Os Verdes aqui fizeram hoje, porque são absolutamente incapazes de reconhecer um pequeno aspecto positivo que tenha decorrido de um trabalho desenvolvido, com rigor e profissionalismo, durante seis meses, não digo pelo Governo mas por milhares e milhares de portugueses de diferentes partidos — alguns deles são comunistas! —,…
Aplausos do PS.
Protestos do PCP.
O Sr. Honório Novo (PCP): — Não vá por aí, Sr. Ministro! Isso é populismo do mais baixo! E o Sr. Ministro sabe bem que esta bancada não faz isso!
O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — … que puseram nesse trabalho a imagem do País e procuraram, justamente por isso, honrar o prestígio de Portugal.
Creio que a esquerda se mantém acantonada num beco da História, incapaz de perceber o que se está a passar à sua volta e, por isso mesmo, por ser incapaz de perceber o que se passa à sua volta, se vai acantonando cada vez mais no seu reduto nacionalista, de valores contraditórios.
Foi absolutamente patético ver, na assembleia do Parlamento Europeu, na passada semana, uma esquerda envergonhada e incapaz de reagir, quando percebeu que estava a fazer o jogo da extrema-direita mais nacionalista, mais xenófoba.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Seja sério, Sr. Ministro!
O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — Eles escondiam as camisolas, envergonhados justamente pelo facto de ficarem associados a uma das pateadas mais vergonhosas que o Parlamento conheceu.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — É falso!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Isso não foi a esquerda!
O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — É esta contradição, este beco da História em