34 | I Série - Número: 030 | 22 de Dezembro de 2007
O Sr. Rui Gomes da Silva (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Ministro da Defesa Nacional, reconhecerá que, mais uma vez, falou ao lado daquilo que era importante. O Sr. Ministro falou sobre a venda de material obsoleto ou desactualizado, mas não fui eu que inscrevi no orçamento a contabilização da venda desse material. Aliás, ainda no tempo do seu antecessor aqui colocámos várias questões e lhe propusemos a hipótese de, por exemplo, considerar a venda de F-16, quando sabíamos que não tinha ainda a autorização de quem nos tinha vendido os F-16. E o Sr. Ministro considerou essa venda como verba a contabilizar no orçamento da defesa nacional. Portanto, Sr. Ministro, não fomos nós que inventámos receitas que, depois, não vieram a ser concretizadas. E, Sr. Ministro, não sou eu que o digo.
O Sr. Ministro pode estar satisfeito, o Partido Socialista pode bater-lhe muitas palmas, mas a verdade é que há um sentimento de insatisfação que atravessa, horizontalmente, as Forças Armadas, que atravessa todos os seus ramos e hierarquias, e o Sr. Ministro perceberá porquê. Não é possível, com esse total adiamento, com essa indisponibilidade financeira, fazer face a tudo aquilo que as Forças Armadas precisam.
Portanto, repito o meu apelo: Sr. Ministro, leve uma palavra de necessidade ao Sr. Primeiro-Ministro, porque sei que o Sr. Ministro, no fundo, sabe que a culpa não é sua, sabe que a culpa é do Sr. PrimeiroMinistro, que é ele o responsável pela situação das Forças Armadas em Portugal.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro da Defesa Nacional.
O Sr. Ministro da Defesa Nacional: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Rui Gomes da Silva, quero apenas dizer que não é esse o sentimento que vejo nas Forças Armadas, não é esse o sentimento que vejo quando visito as Forças Armadas destacadas no estrangeiro, não é esse o sentimento que vejo quando acompanho as missões das Forças Armadas no interior, não é esse o sentimento que vejo quando vou aos quartéis ver a instrução, é outro sentimento, completamente diferente. Devemos estar a falar de coisas diferentes, Sr. Deputado.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Não há mais Srs. Deputados inscritos, pelo que damos por concluído este debate com o Sr. Ministro da Defesa Nacional.
Vamos, agora, passar ao período de votações, para o que importa proceder, desde já, à verificação de quórum por meio electrónico.
Conforme os Srs. Deputados já sabem, quem não puder sinalizar a presença por meio electrónico, deve comunicá-lo à Mesa e, depois, registar a sua presença junto dos serviços de apoio ao Plenário.
Pausa.
Srs. Deputados, o quadro electrónico regista 199 presenças e a Mesa tomou conhecimento de mais 9 Srs. Deputados presentes, o que perfaz um total de 208 Srs. Deputados, havendo, por isso, suficiente quórum de deliberação.
Assim, em primeiro lugar, passamos à apreciação e votação do voto n.º 120/X — De pesar pelo falecimento de Solange Parvaux (PS).
Tem a palavra a Sr.ª Secretária para proceder à respectiva leitura.
A Sr.ª Secretária (Celeste Correia): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:
Solange Parvaux, reconhecida investigadora da língua portuguesa e grande impulsionadora do ensino de Português em França, morreu em Paris, no passado dia 15.
No quadro do Ministério da Educação em França, foi Inspectora-Geral, onde lutou, com enérgica clarividência, pela integração do ensino da Língua Portuguesa no sistema de ensino francês, conferindo um novo estatuto à Língua Portuguesa no seu país.
O trabalho pioneiro de Solange Parvaux pela causa da dignificação e difusão do Português não se esgotou nessa medida.
Foi, durante muitos anos, Presidente da Associação para o Desenvolvimento dos Estudos Portugueses, Brasileiros, da África e da Ásia Lusófonas (ADEPBA), desenvolvendo um imenso trabalho convertido em publicações, conferências e colóquios.
Na qualidade de professora, formou centenas de estudantes, alguns dos quais são hoje professores de Português.
A sua mais recente e, afinal, última obra «Vocabulaire Portugais, Portugal e Brésil» que foi apresentado no passado dia 5, no Centro Cultural Gulbenkian de Paris, terá o seu lançamento no próximo mês de Janeiro.