12 | I Série - Número: 034 | 12 de Janeiro de 2008
Portugal tinha sido tão estudado como o do novo aeroporto e…
O Sr. Bruno Dias (PCP): — É bem lembrado!
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — … que não haveria mais estudos a realizar. Afinal, havia, Sr.
Ministro! Havia mais estudos a realizar, mais hipóteses a colocar, havia que pensar mais relativamente a esta matéria.
Todos nos lembramos também de o ouvir falar da questão do «deserto». Já sei que o Sr. Ministro considera que não foi a expressão mais feliz, mas ela queria dizer alguma coisa: o não haver condições para… Afinal, parece que agora a margem sul tem condições para,… na perspectiva do Governo.
Portanto, todas estas contradições levam-nos a que não possamos deixar de entender que há uma grande descredibilização relativamente a este Governo e a este processo e que podemos estar aqui perante mais uma decisão leviana quanto a esta matéria.
Os Verdes consideram, pois, que era fundamental, com grande rigor e seriedade, colocar todas as hipóteses possíveis em cima da mesa (todas na qualidade de eventuais decisões preliminares) e realizar estudos de impacte ambiental estratégicos no sentido de perceber, comparativamente, qual a melhor decisão a tomar.
Reparem: agora, temos uma decisão preliminar e esperamos um estudo ambiental estratégico apenas direccionado para aquela opção, e não para outra. Ou seja, não há forma de comparar! Consideramos, portanto, que este procedimento descredibiliza e não é sério. Era, pois, necessário que o Sr. Ministro esclarecesse esta matéria, designadamente, o que significa isto do «preliminar». A decisão fica condicionada a quê? E este estudo de impacte ambiental vai ser um mero proforma, minimizador de impactos, ou vai ser, de facto, determinante para a decisão final? É tudo isto que falta perceber.
Aplausos de Os Verdes.
O Sr. Presidente (Manuel Alegre): — Tem a palavra o Sr. Deputado Telmo Correia.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, já percebemos que consigo não se passa nada: pode ser Ota, pode ser Alcochete ou pode ser o que for, porque V. Ex.ª está indiferente a tudo isso e não responde. Ora, começo por repetir-lhe uma pergunta que aqui formulei: quanto custou a decisão da Ota e, designadamente, quanto custou ao País a sua teimosia com a Ota?
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Refiro-me às despesas com a empresa, a NAER, as apresentações, os estudos e toda a propaganda da Ota.
Protestos do Deputado do PS José Junqueiro.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Isto não é sustentável, Sr. Deputado José Junqueiro, como exemplo de bom governo!
Aplauso do CDS-PP.
Os senhores gastaram dinheiro inconcebivelmente. Não é sustentável! Em relação a outras questões, Sr. Ministro, deixo-lhe mais três perguntas.
O estudo da Universidade Católica, em termos de custos, está certo (e é utilizado, em parte, neste estudo do LNEC), os números do Governo estão errados.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Dessa bancada, o Sr. Primeiro-Ministro respondeu ao Presidente do CDS que o custo da Ota era de 3,6 mil milhões de euros; agora, este estudo vem dizer-nos que o custo da Ota era de 5,2 mil milhões de euros, enquanto que Alcochete envolve um custo de 4,9 mil milhões de euros.
Protestos do PS.
Se estes números não são confiáveis, a pergunta é esta: quanto vai custar, se é que podemos acreditar na sua palavra, Sr. Ministro?