24 | I Série - Número: 049 | 16 de Fevereiro de 2008
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Porque, repare, Sr. Deputado Bernardino Soares, há um mundo de diferenças entre a política deste Governo, que o Sr. Deputado considera de direita, e aquela que nós defendemos.
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Agora, há algo que nos distingue e que nunca nos vai aproximar, Sr. Deputado: os senhores têm uma verdadeira fobia a tudo o que seja o sector privado e nós não temos essa fobia.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Nem vocês nem o PS!
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Sr. Deputado, nós não concebemos o sistema nacional de saúde sem um serviço nacional de saúde nuclear,…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Mas muito pequenino!
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Sr. Deputado, a dimensão é a que for necessária! Nós não temos a demagogia que os senhores têm…
O Sr. Afonso Candal (PS): — Às vezes têm!
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — … e que este Governo também tem, porque não assume verdadeiramente as reformas que são necessárias para garantir a sustentabilidade de quê? Do Serviço Nacional de Saúde! Isso mesmo! É porque há aqui um grande equívoco, Sr. Deputado e Sr. Secretário de Estado: é que algo vai ter de mudar muito para conseguirmos preservar o Serviço Nacional de Saúde tal como o conhecemos.
Os senhores, até agora, recusaram-se a dizer — e estamos a um ano do fim do mandato — o que é que propõem para manter o Serviço Nacional de Saúde. Os senhores não dizem como é que vão garantir a sustentabilidade.
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Não sabem!
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Assim como não dizem, por exemplo, como é que vão assegurar uma distribuição equitativa das unidades de saúde familiar em todo o País e como é que vão dar incentivos não para os transplantes mas para a deslocalização de médicos para o interior, para, assim, se poderem organizar em unidades de saúde familiar.
E que dizer da rede de transportes, Sr. Secretário de Estado? Temos apenas metade das viaturas necessárias para assegurar uma rede adequada de transportes de emergência. Qual é o vosso calendário? Quais são as verbas, Sr. Secretário de Estado?
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — É bom saber!
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — É isso que nós não sabemos! Vão encerrar mais urgências ou o processo vai ser suspenso?
O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Vou concluir, Sr. Presidente.
Nós não podemos conceber que tudo fique na mesma, que é o que a extrema-esquerda quer, mas também não podemos conceber que os senhores façam uma política de «faz de conta», que os senhores façam uma