25 | I Série - Número: 049 | 16 de Fevereiro de 2008
desqualificação altamente penalizadora para as populações e que não tenham frontalidade de dizer qual é o vosso projecto em termos de reforma para a saúde.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Miranda.
O Sr. Carlos Andrade Miranda (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Quero, muito telegraficamente, referir e registar que V. Ex.ª, Sr. Secretário de Estado, não respondeu a qualquer das questões que lhe foram colocadas.
Mas há uma que esta Câmara tem de lhe reformular antes que V. Ex.ª saia: porque é que o Governo insiste no modelo de unidades de saúde familiar que não permite que se constituam unidades de saúde familiar nos distritos da Guarda, de Castelo Branco, de Portalegre e de Beja?
Aplausos do PSD.
Protestos do PS.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Secretário de Estado da Saúde.
O Sr. Secretário de Estado da Saúde: — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Acho que este debate deixa bem evidenciado que a política que este Governo seguiu de pôr como primeira prioridade a reforma dos cuidados de saúde primários e a criação de unidades de saúde familiar não encontra hoje qualquer capacidade de ser contraditada por qualquer dos partidos da oposição.
A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — Muito bem!
O Sr. Secretário de Estado da Saúde: — E isto acontece porque esta política tem o apoio das populações e dos profissionais de saúde.
O Sr. Afonso Candal (PS): — Ora aí é que está
O Sr. Secretário de Estado da Saúde: — Por isso, todos os partidos, quer de direita quer de esquerda, não encontram hoje qualquer argumento para contraditar esta opção política e, portanto, refugiam-se em objectivos não alcançados, dizem que a reforma está a decorrer em ritmo lento ou refugiam-se nos «papões» da privatização.
Em que ponto é que estamos? Existem 105 unidades de saúde familiar em funcionamento, abrangendo 1,272 milhões portugueses, dos quais 152 000 não tinham médico de família, e envolvendo 2046 profissionais de saúde, sendo 721 médicos, 748 enfermeiros e 577 administrativos. Existem 169 candidaturas de unidades de saúde familiar aceites, abrangendo 2,1 milhões de portugueses, que proporcionarão a 225 000 portugueses passarem a ter médico de família.
Estes são os números concretos que podemos apresentar, e são números que devem ser comparados com a realidade no início de 2005, quando cessou funções o governo da responsabilidade do PSD e do CDSPP. Ora, esses números eram, Srs. Deputados, zero!!
O Sr. Patinha Antão (PSD): — Zero quê?!
O Sr. Secretário de Estado da Saúde: — A comparação destes números deve ser feita com a situação de há três anos atrás, quando existiam zero unidades de saúde familiar, sejam de que tipo forem ou onde forem.
O Sr. Patinha Antão (PSD): — Com certeza! O modelo era outro!