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11 | I Série - Número: 051 | 22 de Fevereiro de 2008


Neste momento, o orador exibe um cartaz, de grande dimensão, com a fotografia de um gestor.

E se comparar o salário de um gestor com o de um trabalhador, trinta vezes é a diferença que encontra.

Neste momento, o orador exibe um outro cartão, de muito pequena dimensão, com a fotografia de um trabalhador.

Trinta vezes é a diferença!!

Aplausos do BE.

Sr. Ministro, há quem possa ganhar numa manhã todo o rendimento que o trabalhador da sua empresa recebe!

O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Apenas lhe pergunto o seguinte: foi o Sr. Ministro das Finanças que assinou a triplicação do ordenado do Presidente da Estradas de Portugal?

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Agostinho Lopes.

O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro de Estado e das Finanças, a forma como o Governo intervém na distribuição da riqueza criada define um governo e define uma política.
Com o Governo PS temos, num pólo, a perda de rendimentos e, mesmo, o empobrecimento de trabalhadores, reformados e pequenos empresários e, noutro pólo, a acumulação de riqueza de património mobiliário e imobiliário do grande capital, o crescimento de prebendas e vencimentos de detentores de altos cargos da Administração Pública e privada.
Já aqui foi referido hoje o caso do administrador público que chega a uma empresa para «moralizá-la» e começa por reduzir carros para triplicar o vencimento dos membros do conselho de gestão…!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Um escândalo!

O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Como é que o Governo actua? O Governo PS não intervém, não regula, que é o que acontece no caso dos combustíveis: o Sr. Ministro das Finanças diz que não intervém nos preços, a Autoridade da Concorrência também não… Quem é que intervém relativamente ao preço dos combustíveis? E é o que sucede no problema das taxas de juro, em que não intervém o Ministério das Finanças nem o Banco de Portugal. Quem é que intervém relativamente ao exagero das taxas de juro no nosso país? É o mercado, dirão o Partido Socialista e o Governo do Partido Socialista, esquecendo que estamos num mercado fortemente monopolizado, em virtude das políticas de direita, das políticas do Governo do Partido Socialista!

Vozes do PCP: — Muito bem!

O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Ou, então, o Governo intervém e decide e penaliza congelando e reduzindo salários e pensões.
Os resultados são conhecidos: são sacrificados os mesmos de sempre e beneficiados os mesmos de sempre! Temos o País mais desigual da União Europeia.
Com o Governo do PS temos uma distribuição primária dos rendimentos, via salários, fortemente desfavorável aos trabalhadores e uma redistribuição pela segurança social que vai no mesmo sentido, e está em vias de piorar através da reforma da Segurança Social.