14 | I Série - Número: 051 | 22 de Fevereiro de 2008
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — E, Sr. Deputado, não tenhamos ilusões, se queremos bons trabalhadores e bons operários, temos de lhes pagar bem!
Risos do PCP e do BE.
Sr. Deputado, se queremos bons gestores…
O Sr. Presidente: — Sr. Ministro tem mesmo de concluir.
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — … que apresentem resultados, ponham fim ao desperdício de recursos que temos vindo a ter na Estradas de Portugal…
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Tenha vergonha!
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — … e sejam capazes de poupar muitos e muitos milhões de euros aos contribuintes portugueses com a sua acção, com a sua liderança e com a sua estratégia, temos também de lhes pagar.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Diogo Feio.
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro de Estado e das Finanças, vamos, durante este debate, colocar várias questões sobre políticas que são claramente políticas do Governo.
Mas, antes disso, Sr. Ministro, gostava de lhe colocar uma outra questão: como já foi visto neste debate, há notícia pública relativamente a indemnizações de natureza privada pagas a gestores por valores considerados excessivos. Esta matéria criou, naturalmente, uma discussão na sociedade e pode levar-nos às maiores demagogias. Acho, aliás, que quando qualquer cultor da Ciência Política quiser demonstrar um caso de demagogia vai mostrar aquele «número televisivo» que, ainda há pouco, foi feito pelo Sr. Deputado Francisco Louçã…
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exactamente!
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Mas nós consideramos, Sr. Ministro, que esta é uma matéria que deve ser discutida também no Parlamento, mas que deve ser discutida de um modo sério e objectivo.
Como o Sr. Ministro sabe, esta é uma matéria também discutida noutros Estados da União Europeia. Por exemplo, a Sr.ª Chanceler Angela Merkel tem falado várias vezes sobre esta matéria — e estamos a falar de uma pessoa que ambos respeitamos. Ela disse que quem muito fez pela sua empresa merece ser bem pago e também referiu que no Japão um administrador de uma empresa de construção automóvel de sucesso mundial recebe um salário 20 vezes superior ao do operário, ou seja, o dobro do salário de um chanceler alemão, o mesmo é dizer, duas vezes 20 000 euros, mas também disse o seguinte: «Com leis não se pode alcançar muito; não deve ser o Estado a decidir, isso deve ser feito através da auto-regulação».
Aquilo que eu gostaria de saber, Sr. Ministro, é se essa é a sua opinião e se essa é a opinião que vincula o Governo, porque esta é uma matéria que merece ser discutida, mas merece ser discutida, com toda a certeza, com patamares de seriedade, que não foram aqueles a que assistimos neste Plenário.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Patinha Antão.
O Sr. Patinha Antão (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Ministro de Estado e das Finanças, um jornal de referência analisou as palavras mais presentes e mais ausentes no discurso do Primeiro-Ministro. E, na