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30 | I Série - Número: 065 | 29 de Março de 2008

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Nós aceitamos o desafio e medimo-nos sobre seriedade. Vamos então falar de seriedade.
O Governo não fez nada para acautelar que a diferença do IVA tivesse efeito sobre os preços. Nada, até agora! Resultado: zero! Com a sua proposta, o preço da gasolina vai reduzir 1 cêntimo e o do gasóleo 0,5 cêntimos. E perguntolhe, Sr. Primeiro-Ministro: é isto usar bem o dinheiro do esforço dos portugueses em vez de nos concentramos no combate à injustiça? Fala-nos de bancos, Sr. Primeiro-Ministro? Pois, quero falar-lhe de bancos! Os banqueiros mais poderosos de Portugal, durante 10 anos, enganaram as contas do País em proveito próprio, porque tinham 10% de lucros cuja conta falsificavam! Ganharam 454 milhões de euros – um punhado deles – com os 10% que tinham desses lucros. Mas quando saíram do banco levaram mais 80 milhões de euros. Um deles, com 46 anos, levou 10 milhões de euros mais uma reforma, aos 46 anos, repito, de 37 000 euros.
Acha, Sr. Primeiro-Ministro, que isto é justiça? Acha que é sério? Acha que pode haver esta perseguição ao trabalhador mas que se pode proteger desta forma a fortuna? Estes homens foram condecorados, Sr.
Primeiro-Ministro! É esta a injustiça! Finalmente, quero colocar-lhe um problema sobre as escolas, porque há, hoje, duas visões sobre a educação. Uma visão é criar medo na escola.
A direita propunha que aos 14 anos, perante uma infracção, se pudesse levar um jovem ao juiz e ameaçálo com prisão.

Protestos do CDS-PP.

Irresponsabilidade para combater a irresponsabilidade das escolas! Mais irresponsabilidade! Mas o Sr. Primeiro-Ministro quer criar medo aos professores.
O Sr. Primeiro-Ministro não percebeu ainda que na manifestação dos professores, em Lisboa, havia mais membros do Partido Socialista do que no comício do Partido Socialista no Porto.

Aplausos do BE.

Por isso mesmo, deveria entender o seguinte: é que ameaçar os conselhos directivos,…

O Sr. Presidente: — Tem que concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Francisco Louçã (BE): — … que sabem que não podem fazer avaliação, porque a avaliação é irresponsável, é incompetente e está fora de prazo, porque é um modelo errado e o Governo está errado…

O Sr. Presidente: — Tem que concluir, Sr. Deputado. Terminou o seu tempo.

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Quero saber, Sr. Primeiro-Ministro, se vai demitir os conselhos directivos que em nome da paixão pela educação – que eles têm e o Governo não reconhece – querem defender a escola, querem a autoridade da escola, querem a protecção da escola e querem a dignidade da escola.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado José Miguel Gonçalves.

O Sr. José Miguel Gonçalves (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, falar da redução do défice é falar de consequências sociais, do desemprego, das reformas na saúde, na educação mas também na área do ambiente.