O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

18 | I Série - Número: 078 | 2 de Maio de 2008

O Sr. Primeiro-Ministro: — Não são palavras que se escrevem num jornal ou que se dizem num debate da televisão, são palavras que contam e foi por isso que o Governo decidiu fazer uma avaliação desse cenário económico só quando tiver dados quantitativos da sua economia.

O Sr. Jorge Strecht (PS): — Claro!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Precisamos de saber como é que estão a correr as coisas este ano, neste trimestre. Quando tivermos os dados, assim o faremos, porque o que queremos é dar confiança aos mercados, aos agentes económicos.
Uma coisa lhe digo: essa confiança vai ser mantida, porque os agentes económicos sabem que podem confiar neste Governo, que manterá o rigor orçamental e um impulso ao crescimento económico, a benefício da riqueza produzida no nosso país e a benefício do desenvolvimento de Portugal.

Aplausos do PS.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Dos trabalhadores é que não!

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Santana Lopes.

O Sr. Pedro Santana Lopes (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, acredito que somos capazes, que Portugal vai ser capaz. Aliás, nunca lhe neguei a capacidade de tomar decisões, considero é muitas delas erradas. Portanto, o que lhe quero dizer é que, se vai por esse caminho, é mais uma decisão errada, a de adiar um plano especial de impulso à actividade económica.

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Muito bem!

O Sr. Pedro Santana Lopes (PSD): — Em minha opinião, é uma decisão errada.
Por que é que o Sr. Primeiro-Ministro, estando há três anos no Governo, precisa de mais tempo do que o seu grande amigo, presidente do governo de Espanha, para avaliar a situação da respectiva evolução económica? Porquê?!

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Pedro Santana Lopes (PSD): — O governo de Espanha, que, ainda por cima, mudou, recolheu os dados; o Sr. Primeiro-Ministro, que se ufana tanto com a prontidão do INE, não tem os dados de que precisa para avaliar a situação económica portuguesa?! Acerca do endividamento das famílias para cerca de 130%, ainda não tem os dados?! Não tem os dados em relação ao crédito mal-parado? Não tem os dados em relação àquilo que representa a dificuldade das famílias para chegarem com os seus orçamentos ao final do mês? Sr. Primeiro-Ministro, ontem, o vice-presidente do governo de Espanha, Solbes, e o Ministro da Justiça assinaram um acordo com os conservadores, com os notários, com os bancos, para, por exemplo, tomar medidas em relação ao adiamento do prazo das hipotecas – isso faz parte das medidas que estão nesse diploma –, para não taxarem especialmente as escrituras de prorrogação desse prazo, exactamente por causa da crise, que não é só do sector imobiliário mas também do sector financeiro.
São 945 000 milhões de euros que estão envolvidos em toda esta crise. A reserva federal norte-americana, ela própria, diz — todas as instituições! — que não podemos olhar para o lado, fazendo de conta que ela não existe.
Acredito que o Governo esteja preocupado com ela, mas não vale a pena, neste momento, vendermos ilusões; temos de fazer ao contrário, temos de dizer que são precisas medidas para criarmos mais convicção, mais esperança. Porque uma comunidade que olha para o seu governo, que continua a dizer que a economia vai crescer, não a 2%, mas a 2,2%, como consta dos pressupostos do Orçamento,…