15 | I Série - Número: 078 | 2 de Maio de 2008
O Sr. Primeiro-Ministro: — Mas foi também a pensar nos jovens que construímos as soluções políticas para combater os contratos a prazo.
Protestos do Deputado do PCP João Oliveira.
E a primeira dessas medidas, que o PCP quer convenientemente ignorar, foi a que o Sr. Deputado referiu: a de uma figura legal mais restritiva para o uso dos recibos verdes.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — A paternidade é vossa!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Como é evidente, não queremos que aqueles trabalhadores independentes que querem trabalhar em regime de avença deixem de o fazer. O que queremos é que aqueles trabalhadores que têm uma relação de subordinação, de integração na empresa e de permanência, esses que estão falsamente contratados com recibos verdes, tenham na lei uma expressão que garanta à Inspecção-Geral do Trabalho poder actuar e poder presumir de um contrato de laboralidade.
O Sr. António Filipe (PCP): — Agora não pode?!
O Sr. Primeiro-Ministro: — É desta forma que se defendem esses jovens que estão falsamente a «recibos verdes», apenas porque o empregador assim o deseja.
Mas, para além disso, damos um incentivo para que os empregadores não usem recibos verdes. É por isso que, pela primeira vez, um empresário que queira recorrer, de forma abusiva, a recibos verdes tem uma penalização,…
O Sr. Francisco Lopes (PCP): — Que penalização?!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … pois, pela primeira vez, paga para a segurança social — e toda a gente compreende o que estou a dizer, Sr. Deputado.
Para além disso, pela primeira vez, fazemos também justiça. Na verdade, os milhares de jovens que, neste país, estavam a trabalhar a recibos verdes e ganhavam 600 €, 700 € ou 800 €, pagavam toda a sua protecção social. Durante anos, fizemos isto.
E o que é absolutamente incompreensível é que, no momento em que o Governo apresenta um programa, um conjunto de medidas ambiciosas e profundas, de combate à precariedade, a reacção do PCP seja a de estar contra. Isto é que é absolutamente incompreensível!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É mais caro!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Aliás, tal como o Sr. Deputado disse, isto é compreensível à luz da táctica política, mas é completamente inadmissível à luz dos princípios de quem anda sempre a «encher a boca» com os direitos dos trabalhadores.
Aplausos do PS.
Mas o que desejamos, Sr. Deputado, é dar mais oportunidades aos jovens. Combater a precariedade, mas dar-lhes mais oportunidades.
Protestos do BE.
Foi a pensar nos jovens que fizemos o regime de empréstimos para estudantes no ensino superior. Há quantos anos o País ansiava por essa medida? Agora está em vigor!
Protestos do PCP.