O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

20 | I Série - Número: 078 | 2 de Maio de 2008

… estávamos à beira de uma segunda recessão económica;…

Vozes do PSD: — Oh!…

O Sr. Primeiro-Ministro: — … tínhamos a mais grave crise orçamental da União Europeia; a economia portuguesa estava ameaçada pela concorrência a leste, mas também pela concorrência da China e da Índia.
Nestes três anos, pusemos as contas públicas em ordem e fizemos a nossa economia crescer.
Quem diria que um país como Portugal, que, na altura, estava à beira de uma segunda recessão económica, com uma crise orçamental, a enfrentar a concorrência da China e da Índia — foi justamente nesse ano que os nossos mercados tradicionais se abriram a esses países —, que, nestes três anos, viu aumentar as taxas de juro como aumentaram, viveu a valorização do euro e, ainda por cima, o aumento do preço do petróleo, iria conseguir, ao fim destes três anos, aumentar as exportações, aumentar o investimento e fazer crescer a economia em 1,9%? Isso deve-se ao trabalho dos portugueses!

Aplausos do PS.

Sabe, Sr. Deputado, é isto que dá confiança às pessoas: os resultados que um governo pode apresentar.
É que houve uma altura, no tempo em que o Sr. Deputado estava no governo, em que Portugal tentou e não obteve resultados. Porventura, é isso que gera no nosso país a ideia de que, tendo aqueles três anos sido um falhanço, estes três anos têm de dar resultados.
Ora, o que conseguimos nestes três anos é absolutamente fundamental para criar as condições para enfrentarmos melhor esses desafios.
O Sr. Deputado também deve saber que o caso espanhol é muito diferente do português.
O caso espanhol está sustentado numa grave crise do sector imobiliário, crise essa que não existe em Portugal, Sr. Deputado. Não existe porque, no nosso país, as casas não estão hipervalorizadas como estavam em Espanha. Nos últimos seis anos, em Portugal, o preço das casas não aumentou, a não ser acompanhando a inflação. Ao contrário de Espanha, o sector da construção, em Portugal, declinou abruptamente nestes últimos quatro anos — mais de 30%. Por isso, Sr. Deputado, fornecer impulsos à actividade económica e, principalmente, ao sector imobiliário não é uma receita de que a nossa economia careça.
Precisamos é de fazer o que estamos a fazer: «puxar» pelas exportações, «puxar» pelo investimento, fazer o que o Governo está a fazer, isto é, pôr o QREN no terreno, apoiar as empresas, aprovar rapidamente as candidaturas para que o dinheiro chegue às empresas e estas desenvolvam inovação, vendam mais, vendam melhor, diversifiquem os seus mercados.
Mas também há que acentuar o impulso que estamos a dar ao investimento, construindo as infra-estruturas que são necessárias ao País.
A este propósito, ainda no outro dia ouvi responsáveis do PSD dizerem que, porventura, não devíamos construir as infra-estruturas que vamos construir. Mas a quais se referem? Será que não devemos fazer a auto-estrada para Bragança, deixando o distrito sem auto-estradas durante mais 10 anos? Será que não devemos ligar Sines a Beja, ao novo aeroporto internacional, para criar melhores condições logísticas para as nossas empresas? Será que não devemos ligar Viseu a Coimbra, ligação absolutamente essencial no nosso projecto rodoviário? Será que não devemos lançar a alta velocidade em Portugal, assim tendo de esperar mais 10 anos pelo TGV? Sr. Deputado, isso é que não percebo! A confiança dos portugueses tem a ver com os resultados.

O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Primeiro-Ministro.