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17 | I Série - Número: 078 | 2 de Maio de 2008


Depois há uma segunda notícia (e o Sr. Deputado pelos vistos acompanha com tanto pormenor as económicas…) que diz que o clima económico em Portugal melhorou e que a confiança dos consumidores melhorou.

Protestos do PSD.

O Sr. Pedro Santana Lopes (PSD): — Já lhe respondo!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Deputado, tenho aqui a notícia a que me estou a referir, está no destaque do INE de hoje.
Mas eu percebo a sua pergunta. Fundamentalmente o que o Sr. Deputado diz é que temos instituições internacionais que prevêem para a União Europeia um abrandamento económico, que é consequência da crise financeira nos EUA. Ou seja, a origem de todas estas dificuldades e incertezas resulta apenas de uma crise financeira nos EUA, que atinge os mercados financeiros, originando limitações na concessão de crédito, o que pode ter efeitos na economia real.
Isto é verdade para a Europa. A avaliar pelas previsões da Comissão Europeia (e esta é a única leitura que podemos ter), a Europa abranda, mas abranda ligeiramente, o seu crescimento económico. Esta é a única leitura. Aliás, Portugal foi um dos países onde menos se reduziu a previsão de crescimento, que passou, salvo erro, de 2% para 1,7%. Mas houve uma coisa a que o Sr. Deputado não prestou atenção. Nessas mesmas previsões, a Comissão Europeia estima que Portugal atinja este ano, pela primeira vez na última década, a convergência económica.
Mais do que isso: prevê que no próximo ano cresçamos mais do que a média da União Europeia.
É claro que enfrentamos dificuldades, enfrentamos incertezas. Mas sabe que mais, Sr. Deputado? Estou habituado às dificuldades. Nunca governei em facilidades. Ao longo destes três anos sempre tive dificuldades e sempre tive de tomar opções e fazer escolhas difíceis. Tive de lançar um apelo ao país para que o país melhorasse.
E, ao fim destes três anos, o que posso apresentar como trabalho deste Governo é que temos as contas públicas em ordem e um crescimento económico de 1,9, que é o maior crescimento económico dos últimos seis anos.
O que posso dizer aos portugueses é que o resultado dos seus esforços, o resultado dos seus sacrifícios, está à vista. O País tem, hoje, melhores condições para responder às incertezas e às dificuldades. E o dever de um político é o de apelar ao País para ter ânimo frente às dificuldades, para as enfrentar,…

O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Primeiro-Ministro: — … e eu não duvido que o País vai enfrentá-las, vai resolvê-las e vai vencê-las, como vencemos outras no passado. Este é o dever de responsabilidade, Sr. Deputado.
O País está farto de políticos que passam a vida a dizer-lhe por que é que não vamos ser capazes; o País está cansado de políticos que passam a vida a dizer a todos que não vamos ultrapassar as dificuldades.
Não, Sr. Deputado, não se trata de optimismo, trata-se de determinação. Temos um cenário macroeconómico no nosso Orçamento. Quando o Sr. Deputado se referia à revisão orçamental, não estava a referir-se ao Orçamento — eu percebi-o — estava a referir-se ao cenário macroeconómico que está subjacente ao Orçamento,...

O Sr. Pedro Santana Lopes (PSD): — «Pressupostos», foi o que eu disse!

O Sr. Primeiro-Ministro: — … porque, como sabe, o Orçamento é o tecto de despesa, nada mais.
Ora bem, Sr. Deputado, o senhor já ocupou um lugar de responsabilidade e sabe que as nossas palavras e as nossas decisões contam.

O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Primeiro-Ministro.