14 | I Série - Número: 078 | 2 de Maio de 2008
Protestos do PCP.
Ora, esta posição é inaceitável. E é por isso que não merecem, nem vão ter, o apoio daqueles que trabalham de forma precária.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Que descaramento!
O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — Foram muitos os discursos do PCP e do Bloco de Esquerda sobre o combate à precariedade, mas, na hora de discutir propostas concretas, o PCP e o Bloco de Esquerda não existem, não estão no debate e apresentam zero!
Protestos do PCP e do BE.
Dizem que os 5% pagos pela entidade empregadora vão eternizar os recibos verdes, os falsos recibos verdes. Quanto muito, os falsos recibos verdes hoje, continuariam falsos depois das alterações, mas com uma diferença: serão mais caros!
Vozes do PCP: — Está tudo dito! Serão mais caros, mas serão legais!
Vozes do BE: — Não diga mais! Já percebemos tudo!
O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — O combate aos falsos recibos verdes que existe hoje, continuará…
Protestos do PCP.
Ouçam, Srs. Deputados! O combate aos falsos recibos verdes que é feito hoje passará a ser feito de outra forma, com mais instrumentos na lei, como é o da alteração da presunção legal da existência de contrato de trabalho.
Repito, o PCP e o BE não merecem, e não vão ter, o apoio dos jovens que trabalham de forma precária. É a cegueira da esquerda, que descredibiliza também a política, em Portugal, e o exercício dessa mesma política.
Sr. Primeiro-Ministro, no contexto do combate à precariedade, sabemos que existe também uma fractura no que toca às qualificações. E sabemos também que a população com mais baixas qualificações é a que está mais sujeita ao emprego precário. Pergunto-lhe, pois: como é que o Governo vai articular a política de qualificações com o combate à precariedade do emprego?
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Pedro Nuno Santos, foi justamente a pensar nos jovens que fizemos algumas destas propostas.
Protestos do PCP.
Srs. Deputados, por favor, oiçam! Não se ganha um debate com esses comportamentos; os debates vencem-se com argumentos e não com gritarias, Srs. Deputados.
Como dizia, foi justamente a pensar nos jovens que propusemos que acabassem os estágios não remunerados. É que um estágio não remunerado não é aceitável numa sociedade como a portuguesa.
O Sr. Francisco Louçã (BE): — O problema é que é o Estado que o faz!