23 | I Série - Número: 089 | 30 de Maio de 2008
O Sr. Deputado costumava falar das listas de espera de oftalmologia. E já deixou de falar.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Cumpri o meu dever!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Porquê? Porque o Estado implementou o seu plano,…
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Foi a primeira vez!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … tendo feito mais operações, no ano passado, e ainda mais, este ano.
Sr. Deputado, a verdade é esta: em todos os sectores de actividade do Serviço Nacional de Saúde, seja nas primeiras consultas, seja nas operações, temos vindo a diminuir as listas de espera e a acentuar a eficiência do Serviço Nacional de Saúde. E isso é a nosso crédito, Sr. Deputado.
Espantoso é que o Sr. Deputado, a propósito da oftalmologia, tenha vindo aqui reclamar o combate às listas de espera e não se tenha lembrado, por uma vez, no seu governo, de reduzir essas listas de espera em oftalmologia.
Sr. Deputado, se o Sr. Presidente permitir, peço que seja a Sr.ª Ministra da Saúde a responder à questão sobre o Plano Nacional de Prevenção e Controlo das Doenças Oncológicas.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, Sr. Deputado Paulo Portas.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Sr. Presidente, o Sr. Primeiro-Ministro, podia, se quisesse, ter respondido no tempo dele. Portanto, pedirá ao partido da maioria, ou a qualquer outro partido, que lhe ceda algum tempo.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado Paulo Portas, cedência de tempo, por parte do partido da maioria, não é habitual no figurino que temos para este tipo de debate. Mas o Sr. Deputado Paulo Portas tem 2 minutos e 6 segundos para dizer tudo o que quiser sobre o Governo.
Tem a palavra.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Sr. Presidente, ainda bem que V. Ex.ª mantém a serenidade e o bom humor! Se o Sr. Primeiro-Ministro se dedicasse menos a falar de um passado que ainda por cima não conhece e se dedicasse mais prosaicamente a responder ao que o País tem de lhe perguntar sobre o presente, tinha tido tempo. É um problema de aprendizagem, Sr. Presidente.
Aplausos do CDS-PP.
Para terminar, Sr. Primeiro-Ministro, quero dizer-lhe o seguinte: o País não está manifestamente bem, o ciclo económico mudou. Como diria um camarada seu, as contas saíram-lhe trocadas. O senhor tem muito pouca esperança para dar.
Há alguns dias, o Sr. Primeiro-Ministro disse aquela frase interessante: «Há outras razões para censurar o Governo». Tem toda a razão, Sr. Primeiro-Ministro!
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Tem toda a razão! Mesmo muita!
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Há muitas razões para censurar o Governo! Dou-lhe umas tantas, Sr. Primeiro-Ministro: primeiro, o senhor está cego em relação à questão dos combustíveis; segundo, a sua política arruína o poder de compra; terceiro, as empresas estão sufocadas, especialmente as pequenas e médias empresas, que são a essência do tecido económico português; quarto, o senhor «carrega» no fisco e abusa, e só tarde descobre os abusos do fisco;…
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!