34 | I Série - Número: 095 | 13 de Junho de 2008
O Sr. Primeiro-Ministro: — Só agora, com hipocrisia, quando o problema está resolvido, vem lembrar-se da autoridade do Estado! Absolutamente lamentável!
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Não seja manipulador nem mentiroso!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Deputado, houve violações da lei de que não gostei. É verdade.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — O problema não é o de não gostar mas o da aplicação da lei!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Mas quem ocupa lugares de responsabilidade deve resistir às tentações e às provocações, que foi o que fizeram também as nossas forças de segurança.
Claro está que vi muitos a dar «receitas mágicas», como, por exemplo, sugerindo cargas policiais. Mas essas cargas policiais teriam impedido o resultado que obtivemos, que é um resultado a favor dos portugueses e com o menor custo possível para o País e para o Estado.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Mais uma vez, acho que o poder de usar a força é o poder que exige mais responsabilidade por parte de um político. Ora, essa força deve ser usada em democracia com ponderação e também com proporcionalidade e no momento adequado. Acho que um político consciente deve resistir aos impulsos e, principalmente, ao vedetismo de se querer exibir perante a sua galera.…
Risos do CDS-PP.
O Sr. Primeiro-Ministro: — … ou perante a sua assembleia apenas com uma afirmação ideológica de alguns princípios políticos.
Aplausos do PS.
Também quero recordar à Câmara e a todas as bancadas que defender a autoridade do Estado e ter responsabilidade política é também defender as forças de segurança na sua actuação — não apenas quando as coisas correm bem mas, principalmente, quando as situações são difíceis —, para que essas forças de segurança também resistam às provocações e actuem com a proporcionalidade que uma democracia exige e impõe às forças de segurança,…
A Sr.ª Helena Terra (PS): — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … coisa que não foi feita por nenhuma destas bancadas. Lamentável.
Sr. Deputado, neste debate tenho de fazer uma referência a algo que foi dito, e ao qual não pude responder, da bancada do Partido Comunista sobre a directiva do tempo de trabalho para, mais uma vez, lamentar que o Partido Comunista seja capaz de recorrer a todas as inverdades para combater o Governo e o Partido Socialista.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Então, diga qual é a verdade!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Diz o Sr. Deputado Bernardino Soares: «O Governo apoiou…»
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Não, não!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Disse, disse!