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30 | I Série - Número: 095 | 13 de Junho de 2008

A Sr.ª Deputada não tem o direito de tentar torcer e alterar aquilo que foram palavras que toda a gente compreende nesta Casa.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sabe qual é um dos seus problemas, Sr. Primeiro-Ministro? É que, de vez em quando, foge-lhe a boca para a verdade.

Vozes do PS. — Eh!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Quando, por exemplo, numa determinada moção de censura, disse que havia motivos reais para censurar o Governo — porque toda a gente sabe que há! — e falou hoje não por acaso, fugiu relativamente à sua carreira política. E, Sr. Primeiro-Ministro, cá estaremos para ver os passos que prosseguirá na Europa!… Mas, enfim, ainda não a temos essa resposta! Como diz o Sr. PrimeiroMinistro, não fazemos futurologia, não é? Mas que há intenções, provavelmente, há e este Tratado foi objecto de intenções políticas concretas e, inclusivamente, carreiristas, muito provavelmente, de muitos líderes europeus. Não há dúvida sobre isso.
Bom, tomando, agora, o tema dos combustíveis, Sr. Primeiro-Ministro,…

Vozes do PS: — Ahh!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — … gostava de lhe fazer uma pergunta.
É muito importante que olhemos para as consequências do aumento do preço dos combustíveis nos diversos sectores à dimensão das diversas empresas nas suas consequências reais para o País que, como sabemos, são extremamente gravosas.
Por outro lado, é importante olhar também a montante e perceber se podemos viver impávidos e serenos com o bem-estar das petrolíferas em Portugal, designadamente, com os chorudos lucros que vão arrecadando à conta de toda esta história.
E, em matéria de especulação, o factor especulação não é melhor. Precisamos de saber se o Governo convive impávido e sereno com o factor especulação ou se a o Sr. Primeiro-Ministro vai apresentar medidas concretas relativamente a esta matéria.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, tem 3 minutos para dar a sua contribuição para um debate sério sobre um tema da maior importância e eu lamento profundamente o tom e, não apenas o tom, a atitude da Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Deputada não sabe fazer outra coisa a não ser acusações e até insultos. «Fugiu-lhe a boca para a verdade»? Isso é expressão que se use? Mas por quem é que a Sr.ª Deputada se toma? Por quem é que se toma? Lamento muito que a senhora tente colocar o debate político a um nível lamentável.
Acho que a obrigação que qualquer pessoa com seriedade política que olha para a situação e para o País no dia de hoje tem é saudar o acordo que se estabeleceu, é saudar a nova situação. Mas a Sr.ª Deputada é incapaz disso. O seu facciosismo é tal que, ano após ano, a Sr.ª Deputada senta-se nessa bancada convencida de que serve o interesse nacional dizendo mal de tudo e de todos que se sentam nesta bancada.

Aplausos do PS.

Lamento muito que a Sr.ª Deputada não consiga elevar um pouco o debate político para dar um contributo ao seu País, que bem precisa dele, porque afinal de contas o interesse nacional é a soma dos diferentes pontos de vista sobre os problemas de Portugal.