51 | I Série - Número: 105 | 11 de Julho de 2008
O Sr. Paulo Rangel (PSD): — Muitos falam em optimismo, em confiança, em esperança, mas o ciclo virtuoso do optimismo, da esperança, da confiança no País e nos seus governantes só pode advir de um valor: o da verdade, o da autenticidade.
Aplausos do PSD.
Eis o pilar político em que se funda a formação da alternativa do PSD: um contrato de verdade com os portugueses.
Aplausos do PSD, de pé.
O Sr. Presidente: — Observo o Sr. Deputado para a necessidade de também respeitarmos o artigo 89.º, n.º 1, do Regimento, quanto à forma de nos dirigirmos ao Plenário.
Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Mota Andrade.
O Sr. Mota Andrade (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Paulo Rangel, eu não o posso felicitar pela sua intervenção,…
Vozes do PSD: — Ainda bem!
O Sr. Mota Andrade (PS): — … porque V. Ex.ª fez um discurso que não passou de uma redacção pretensiosa,…
Protestos do PSD.
… mas que, espremida, dá zero.
O Sr. Agostinho Branquinho (PSD): — Estava desatento!
O Sr. Mota Andrade (PS): — Foi um discurso abstracto, um discurso, aliás, próprio, sim, de quem é oposição, mas não de quem é alternativa. Porque propostas, «zero»!
Aplausos do PS.
Felicito-o por uma frase dita na sua primeira intervenção feita hoje aqui, no início da tarde: a de que estes debates devem ser úteis e esclarecedores para o País. Pena é que V. Ex.ª, da tribuna, tenha feito exactamente o contrário.
Aplausos do PS.
Protestos do PSD.
O Sr. Mota Andrade (PS): — Dizia V. Ex.ª, a respeito dos investimentos públicos, que lhe bastava uma simples folha A4. Ora, Sr. Deputado Paulo Rangel, vamos, então, ser claros e falar de coisas concretas que interessam ao povo português.
Comecemos pelo TGV. Não é preciso uma folha A4. A Dr.ª Manuela Ferreira Leite, ministra em 2003, defendia as cinco linhas do TGV com base num estudo, que, aliás, há pouco foi aqui anunciado. Basta uma linha desse estudo para dizer que ele está actual, e a linha é esta: «Com a alteração do elevado custo relativo da energia obtida a partir do petróleo, passa a ter uma vantagem adicional e, consequentemente, uma análise custo/benefício mais favorável». O que é que isto quer dizer? Quer dizer que, se o petróleo, hoje, está no triplo do preço de 2003, qualquer economista lhe explicará — e o povo português também isto compreende — que essa análise custo/benefício é, hoje, muito mais favorável.