53 | I Série - Número: 105 | 11 de Julho de 2008
casa a ver-nos e a ouvir-nos nos telejornais perguntam, quando este Governo quer fazer determinada obra, é: «quanto custa?» De que é que tem medo o Governo? Se os números são bons, apresente-os.
Vozes do PSD: — Exactamente!
O Sr. Paulo Rangel (PSD): — É muito simples apresentar um encargo financeiro ano a ano ao longo das várias décadas em que se vai pagar para cada um desses investimentos.
Digo-lhe, Sr. Deputado Mota Andrade, para não haver contradições onde elas não existem: se todos eles forem benignos, face à circunstâncias actuais, porque a circunstâncias de 2008 são, com certeza, diferentes de outras,…
O Sr. José Manuel Ribeiro (PSD): — Claro!
O Sr. Paulo Rangel (PSD): — … repito, se todos eles forem benignos, nós cá estaremos para os suportar.
O que nós não podemos aceitar é que o Governo deixe o País com uma situação de contas públicas que, reconhecemos, é aceitável e esteja a preparar-se para deixar todos os restantes governos, durante 20 ou 30 anos, com a situação das contas públicas num estado absolutamente insustentável.
O Sr. Agostinho Branquinho (PSD): — Essa é que é a verdade!
Protestos do PS.
O Sr. Paulo Rangel (PSD): — A grande contradição da política orçamental e financeira deste Governo é esta: quer rigor nas contas públicas agora, mas não quer nenhum a partir de 2014.
Aplausos do PSD.
O Sr. Agostinho Branquinho (PSD): — Esta é que é a verdade!
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Afonso Candal.
O Sr. Afonso Candal (PS): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Umas notas prévias apenas para fazer referência às perguntas que, de facto, se esperavam que, hoje, encontrassem resposta por parte da nova liderança do PSD, entenda-se, nova liderança parlamentar do PSD, mas que não é, obviamente, de subestimar. Ou seja, saber o que pretende o PSD fazer em relação à palavra dada nos diversos pactos que firmou com o Partido Socialista: se continua a dar o dito pelo não dito, se retoma a palavra dada ou se, pura e simplesmente, também não é credor de nenhum crédito em termos de palavra.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Afonso Candal (PS): — Sobre a questão das infra-estruturas e dos investimentos públicos, sabemos que o PSD é contra, mas não sabemos de quê, não sabemos quais são os investimentos de que é contra.
Ainda nada foi dito sobre essa nebulosa.
Sr. Deputado Paulo Rangel, deixo-lhe algumas notas que cabem bem na sua folha A4.
Primeiro, o TGV. É fácil de apontar. Custo global: 9000 milhões de euros. Retorno previsto durante a duração do investimento, só em termos fiscais, 21 000 milhões de euros. Mas destes 9000 milhões de euros, haverá 19% de fundos comunitários, haverá fundos públicos na ordem dos 36% e fundos privados na ordem dos 45%.
Protestos do PSD.