O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

55 | I Série - Número: 105 | 11 de Julho de 2008


corporizam tão bem aquilo que um dos nossos maiores génios eternizou e que estão sempre do outro lado, que são os «velhos do Restelo».

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Não sabe o que diz!

O Sr. Afonso Candal (PS): — Esses são os problemas surreais do País! Para alguns, o País está condenado ao mal, senão, ao pior. O que é natural é que a floresta arda, que se chumbe a Matemática, que se morra na estrada, que não se cumpram as obrigações quer em termos de segurança e higiene alimentar, quer em termos fiscais. Isto é o que é normal. Se for assim, tudo bem, já estávamos à espera. Quando assim não é, também não há novidade, há sempre as justificações do costume: ou é do bom tempo, ou é do facilitismo, ou é da manipulação estatística, ou é dos abusos da Administração.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — E é bem verdade!

O Sr. Afonso Candal (PS): — Nunca pode ser pela capacidade dos portugueses em corrigirem as suas falhas e em fazerem melhor. Não! Há sempre uma outra justificação.

Aplausos do PS.

Quando os impostos sobem, é uma desgraça; quando os impostos descem, não serviu para nada porque pouco se sentiu!! Mas nós já sabemos como é. Somos todos um pouco assim. Felizmente, somos cada vez menos, porque ao amadorismo, ao desenrasque, ao jeito, à cunha, à esperteza saloia e ao comodismo, têm vindo a ganhar terreno a competência, o trabalho, a eficiência, a solidariedade e o cumprimento.

Aplausos do PS.

Risos do BE.

Os direitos dos portugueses são, felizmente, cada vez mais complementados pelos deveres dos portugueses. A crítica com o sentido autocrítico também tem sido complementado e, por isso, estamos melhores. E a solidez de uma nau e a correcção do seu rumo não se medem pelo facto de o mar estar chão ou cavado. A solidez de uma nau mede-se por si só e é tão importante quanto mais revolto estiver o mar. O rumo aponta o destino e é, desde logo, a razão de ser da partida.
É verdade que as taxas de juro e o preço do petróleo têm criado alguma desestabilização — muita, diga-se! — e alguma preocupação. Os «profetas do dia seguinte» dizem que já se sabia. Pois eu desafio-os a dizer, hoje, não quais são os problemas que temos mas, já agora, aqueles que vamos ter no futuro e que hoje não passam pela cabeça de ninguém.

Vozes do PS: — Muito bem!

O Sr. Afonso Candal (PS): — Isso é que é antecipar. Não é falar dos problemas de hoje, os de hoje já toda a gente sabe.
Porque Portugal não é um país rico, é um país periférico, tem uma dependência energética e tem um baixo nível tecnológico e de qualificações, a questão é a de saber o que fazer.
O Sr. Deputado Paulo Rangel diz-nos: «Para Espanha, não! Para o Brasil? Nem pensar!».

O Sr. Paulo Rangel (PSD): — Eu não disse isso!

O Sr. Afonso Candal (PS): — Ó, Sr. Deputado, então para onde? Para onde?

Aplausos do PS.