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28 | I Série - Número: 004 | 25 de Setembro de 2008

Mas, em relação ao Código do Trabalho, explique lá, Sr. Primeiro-Ministro, essa ruptura que acaba de fazer com os trabalhadores portugueses. Essa ruptura vinda de um Partido Socialista que ajudou a fazer a Constituição laboral, um Partido Socialista que esteve contra os objectivos da direita em relação a essa Constituição e aos pacotes laborais, mas que, hoje, com o Sr. Eng.º Sócrates, fez essa ruptura, ao tentar atingir, duramente e num sentido de retrocesso, direitos fundamentais e históricos dos trabalhadores.
Não esteja a olhar para a minha mão e não faça esse ar jocoso! Um dia, terá de dar contas aos trabalhadores portugueses, não a mim, Sr. Primeiro-Ministro. O que o senhor está a fazer é a perder legitimidade para pedir o voto e o apoio dos trabalhadores portugueses, com este Código do Trabalho.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, escolhi Guimarães para realizar o comício do Partido Socialista, é verdade. E sabe, Sr. Deputado, não me arrependo de ter feito essa escolha porque não me queixo da receptividade que lá tive, não me posso queixar disso.

Risos do PS.

Quero também esclarecê-lo sobre o seguinte: a razão da escolha de Guimarães tem a ver justamente com uma relação afectiva. É que foi lá que fui eleito, pela primeira vez, Secretário-Geral do Partido Socialista. Foi por isso que escolhi Guimarães.
E sabe, Sr. Deputado, noto que, quer ao PCP, quer ao PSD, o lema do comício — A força da mudança — incomodou muito. Mas é isso mesmo, Sr. Deputado.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Às arrecuas!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — A força da marcha-atrás!

O Sr. Primeiro-Ministro: — É que a única força política capaz de mudar o País, de ter um programa consequente, de evolução e de modernização da sociedade portuguesa, é o Partido Socialista, essa força existe no Partido Socialista — e não a perdemos, desde há três anos.

Aplausos do PS.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Responda às perguntas!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Deputado, nós já não nos encontrávamos aqui, no Parlamento, há alguns meses. Mas, entretanto, saíram uns números relativos ao desemprego. E parece que o Sr. Deputado ficou zangado com esses números. E porquê? Porque o desemprego desceu!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Não, não!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Bom, vamos aos números, em primeiro lugar.
O desemprego, no 1.º trimestre de 2008, era de 7,6% e, no 2.º trimestre de 2008, baixou para 7,3%. Quer dizer, baixou em cadeia, mas baixou de forma homóloga, isto é, comparando o 2.º trimestre deste ano com o 2.º trimestre do ano passado, baixou seis décimas, o que é, sob qualquer ponto de vista, uma descida significativa.
Mas diz o Deputado Jerónimo de Sousa: «Isso não interessa nada! O desemprego, claro está, está subir!».
O que diz o INE? Diz que temos mais 133 000 empregos do que tínhamos em Março de 2005.

Protestos do PCP.