33 | I Série - Número: 011 | 10 de Outubro de 2008
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Deputada, por acaso, sei do que estou a falar porque tenho uma filha exactamente nestas condições, a qual está a passar por tudo o que descrevo.
A Sr.ª Helena Terra (PS): — Pergunte porquê ao município em concreto!
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Ora, como esta, há inúmeras outras crianças deste país, de norte a sul, a passarem por estas dificuldades concretas.
O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Termino, Sr. Presidente.
Srs. Deputados, a política deste Governo, a primeiríssima em termos de educação, foi a de encerramento das escolas mas não a da criação de condições para assegurar um bom funcionamento das mesmas.
O Governo não se preocupou com a sobrelotação das turmas e das escolas. O Governo vê o aumento do número de alunos por turma, vê a redução do número de professores, reduz o apoio às crianças com necessidades educativas especiais, reduz a acção social escolar e nós perguntamos: que qualidade de ensino consegue assegurar com esta ridícula política?
Vozes de Os Verdes e do PCP: — Muito bem!
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Paula Barros.
A Sr.ª Paula Barros (PS): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, Sr.as e Srs. Deputados: Antes de mais, gostava de felicitar o PSD pela marcação deste debate, na medida em que agendar um debate sobre a temática da educação quando a agenda política se centra fundamentalmente na crise financeira, para além de ser um acto de bom senso é, acima de tudo, um acto de reconhecimento de que a grande prioridade atribuída à educação pelo Partido Socialista é uma aposta certa.
Protestos do PSD.
Registamos este reconhecimento e só lamentamos que esta nossa aposta não tenha sido uma prioridade para o PSD enquanto teve responsabilidades governativas.
Mais ainda, o Partido Socialista lamenta que, após um prolongado período de silêncio em relação a matérias respeitantes à situação do País em geral e da educação em particular, o PSD tenha resolvido quebrar esse seu silêncio com a criação daquilo que consideramos um «Muro das Lamentações», consubstanciado por um blog na Internet que,»
Vozes do PSD: — Ah!
A Sr.ª Paula Barros (PS): — » temos a certeza, em termos de nõmero de participações, ficou muito aquém do que seria o vosso objectivo.
Mas temos é de perceber e de ter consciência — e o PSD esquece-se frequentemente! — que a classe dos professores constitui, de facto, uma das mais importantes fracções de massa crítica da sociedade portuguesa.
Aliás, esta é a classe profissional que, no nosso país, reúne a maior percentagem de licenciados, é uma classe a que o País já ofereceu muito e que sabemos que tem a absoluta consciência do retorno que é fundamental dar ao País em termos de qualificações.
A Sr.ª Helena Terra (PS): — Muito bem!
A Sr.ª Paula Barros (PS): — A classe dos professores não tem memória curta e percebe bem as mensagens, não se esquece do «famoso« concurso de professores de 2004, já aqui referido,»