100 | I Série - Número: 017 | 7 de Novembro de 2008
investimentos públicos com despesa em 2009 que deviam ser cortados para sustentar as propostas do PSD.
Vozes do PS: — É verdade!
O Sr. Ministro da Presidência: — E isto diz tudo sobre a responsabilidade que está subjacente à apresentação dessas propostas.
O PSD esteve, durante meses, em silêncio a preparar uma qualquer proposta alternativa de governo e, no momento em que as apresenta no domínio crítico, que é o domínio da política orçamental e económica, falha no teste elementar, que é fazer a demonstração da sua sustentabilidade financeira.
Essa realidade não está feita. E não está feita por várias razões, sendo a primeira delas que não é seguro que essa leitura sobre a estratégia para enfrentar os problemas do momento seja partilhada verdadeiramente por todos, no PSD. Aquilo a que temos assistido nestes últimos momentos é a sucessivas conferências de imprensa do PSD, por todo o País, a reclamar exactamente o contrário daquilo que a liderança do maior partido da oposição reclama, que é um corte no investimento público.
A distrital do PSD de Viana do Castelo diz: «As verbas do PIDDAC são uma ninharia»; o PSD de Bragança diz: «O PIDDAC deixou de fora vários concelhos»; o Sr. Deputado Adão e Silva diz: «PSD insatisfeito com as verbas do PIDDAC em Vila do Conde»; o plenário concelhio social democrata está contra o Orçamento do Estado e o PIDDAC para Aveiro; o comunicado do PSD da Guarda diz: «O PIDDAC continua a esquecer o distrito da Guarda»; o PSD de Castelo Branco diz: «O PIDDAC de Castelo Branco para 2009 é o mais baixo de sempre»; Fernando Ruas desanca no PIDDAC; o PSD de Figueiró dos Vinhos contesta a verba do PIDDAC; a distrital do PSD de Leiria contesta as verbas do PIDDAC; a líder distrital de Santarém diz: «Este é o pior PIDDAC de que há memória»; o PSD de Setúbal diz: «O PIDDAC para Setúbal é o pior de sempre; e, claro no Algarve, Mendes Bota, como não podia deixar de ser, diz: «O Governo prejudica o Algarve com a proposta de investimento público do PIDDAC para 2009».
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — O melhor é não falar do PIDDAC!
O Sr. Ministro da Presidência: — A verdade é que, quando a liderança do PSD exige cortes, e cortes brutais, no investimento público, o PSD, por todo o País, está a exigir do Governo mais e mais investimento público. O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Então, foi por isso que mandou 100 euros para a Madeira!
O Sr. Ministro da Presidência: — Essa é que é a verdade!
Aplausos do PS.
E ainda aqui, neste debate, a Sr.ª Deputada Rosário Cardoso Águas, que teve ocasião de subir à tribuna, invocou que não tinha grande experiência política quando comparada com a dos membros do Governo, mas a verdade é que foi secretária de Estado do último governo do PSD, designadamente. Essa experiência pode ter sido curta mas foi, seguramente, uma experiência memorável.
Agora, a Sr.ª Deputada, quando subiu à tribuna, teve ocasião de sugerir até a possibilidade de mais investimento público, designadamente no domínio da reabilitação urbana. Ora, isso só acrescenta um problema ao problema do PSD, porque o problema do PSD neste debate é identificar os investimentos públicos que não se devem fazer e não aqueles outros que é preciso acrescentar, porque, então, nesse caso, é preciso cortar ainda mais no investimento público que está previsto, e todos sabemos que esses cortes não podem incidir na matéria que diz respeito ao TGV e ao novo aeroporto porque eles não têm inscrição de despesa que seja significativa no próximo ano de 2009.
Mas há também um outro motivo de dúvida, Sr.ª Deputada Rosário Cardoso Águas: não é seguro que a liderança do seu partido não possa entender que o investimento na reabilitação urbana iria sobretudo dar emprego a cabo-verdianos e a ucranianos. Isso é qualquer coisa que não é seguro.
Portanto, a situação com que todos, no Parlamento e no País, estamos confrontados é mesmo esta: no