103 | I Série - Número: 017 | 7 de Novembro de 2008
portugueses que passam, hoje em dia, imensas dificuldades.
Sr. Ministro, há algo incontornável, por muitas voltas de retórica que dêem para a esquerda, para a direita ou para o centro: o Governo falhou, quer no modelo económico quer no modelo orçamental. São VV. Ex.as que estão a agravar todos os problemas estruturais que o País vem a acumular nos últimos anos.
O Sr. Luís Campos Ferreira (PSD): — Isso é verdade!
O Sr. José Manuel Ribeiro (PSD): — Serão os senhores que serão julgados perante as gerações futuras.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro da Presidência.
O Sr. Ministro da Presidência: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Bernardino Soares, o senhor insiste numa «tecla» recorrente no discurso do Partido Comunista a propósito da semelhança entre o Governo do PS, apoiado pela actual maioria, e a política de direita e, em particular, do PSD.
Sr. Deputado, bem sei que o discurso não é novo, porventura nem sequer foi construído para a situação actual que estamos a viver, mas há limites para tudo. E não é preciso um grande exercício de atenção aos factos — não pedimos mais, apenas atenção aos factos — para perceber que há uma diferença, cada vez mais clara, aliás, entre a política defendida pelo maior partido da oposição, que defende agora, na oposição, e que executou antes, no governo, e a política sempre preconizada pelo PS, e também agora, quando está no Governo.
Poderia chamar-lhe a atenção para muitos aspectos, mas aquilo que o Sr. Deputado encontrou da parte do Governo a propósito da segurança social pública foi uma posição manifestamente contrastante com a do maior partido da direita.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Oh!»
O Sr. Ministro da Presidência: — O Sr. Deputado pode dar as voltas que quiser mas não pode ignorar esta realidade: defendemos a segurança social pública, defendemos a protecção social pública e o PSD não o fez. Aliás, isso acontece agora também a propósito do salário mínimo.
Quer o Sr. Deputado confundir a insensibilidade social de que o maior partido da oposição dá mostras a propósito do salário mínimo ou a propósito das políticas de imigração com aquilo que tem sido a política do Governo nesses domínios?
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Isso é blá, blá, blá!
O Sr. Ministro da Presidência: — Não nos confunda, portanto, Sr. Deputado! Bem sabe o Sr. Deputado que essa confusão não é senão grosseira.
Aplausos do PS.
Pergunta-me o Sr. Deputado pelo subsídio de desemprego. Mas, Sr. Deputado, as regras do subsídio de desemprego que estamos a aplicar são aquelas que decorreram de um acordo na concertação social. E, no Orçamento para 2009, o Sr. Deputado encontra, mais uma vez, um aumento das verbas disponíveis»
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Isso é falso!
O Sr. Ministro da Presidência: — » para o subsídio de desemprego da ordem dos 3,9%.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Isto não se compara com o executado, compara-se com o inscrito!