104 | I Série - Número: 017 | 7 de Novembro de 2008
O Sr. Honório Novo (PCP): — São contas de merceeiro!
O Sr. Ministro da Presidência: — Sr. Deputado José Manuel Ribeiro, o senhor fez, afinal, a oitava intervenção do PSD na tarde de hoje e falhou ao desafio elementar de explicar qual é o investimento público que o PSD acha que deve ser cortado.
Sr. Deputado, não ataco o PSD, limito-me a debater política e democraticamente as propostas do maior partido da oposição. Não há maior honra que eu possa prestar ao maior partido da oposição. Portanto, veja nas minhas observações não mais do que um apelo a que o PSD clarifique e diga quais são realmente os investimentos públicos que devem ser cortados no ano de 2009. Não o fez, e o Sr. Deputado também o não fez ainda agora.
O Sr. Honório Novo (PCP): — Das execuções falamos na discussão na especialidade!
O Sr. Ministro da Presidência: — Sr. Deputado, o PSD pode discutir muito o défice que recebeu, mas quero recordar-lhe, em primeiro lugar, que, no governo, o PSD não foi capaz de reduzir o défice orçamental.
O Sr. Luís Campos Ferreira (PSD): — Os senhores, na altura, não achavam isso importante!
O Sr. Ministro da Presidência: — Como todos sabem, o défice orçamental, quando o PSD saiu do governo, estava acima de 5%, no ano de 2004, já para não falar no orçamento, esse, sim, irrealista, que os Srs. Deputados tinham para 2005. Portanto, a verdade é esta: foi um fracasso na questão do défice orçamental e provocou uma recessão económica em Portugal. E aí, Sr. Deputado, tenho de reavivar a sua memória. Recessão em 2003? Sim, houve uma recessão em 2003 mas não foi na Europa nem na zona euro, foi aqui, em Portugal, no Portugal governado pelo PSD e pelo CDS, quando estavam no governo.
Aplausos do PS.
Protestos do PSD.
Termino, Sr. Deputado, dizendo-lhe com toda a franqueza — e acredite que isto não é atacar o PSD, é apenas debater política e democraticamente as nossas divergências — que acho que o maior partido da oposição não aprendeu com a experiência, nem com a experiência de governo nem agora, com três anos e meio de lideranças falhadas na oposição.
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — E quando é que este Governo aprende?
O Sr. Ministro da Presidência: — A verdade é que chegamos a esta altura e o PSD não é capaz de apresentar aos portugueses uma proposta alternativa que lhes fale de esperança. E esse é o fracasso maior de um partido da oposição.
O Sr. Deputado tentou, na fase final da sua intervenção, falar-nos ao coração, porventura puxar-nos às lágrimas, a propósito daqueles que sofrem, utilizando um estilo que tentou fazer lembrar o do Senador Obama, agora eleito Presidente dos Estados Unidos da América. Mas, Sr. Deputado, quero dizer-lhe que esse estilo não lhe vai bem. Ao ir buscar esse estilo, só tenho de recordar-lhe que o seu partido apoiou o candidato derrotado nas eleições americanas.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Adão Silva.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Com duas afirmações apenas caracterizo o discurso ontem proferido pelo Primeiro-Ministro — que agora se ausenta da sala — na abertura do debate do Orçamento do Estado para 2009. Foi um discurso