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105 | I Série - Número: 017 | 7 de Novembro de 2008

superficial, face à premência e à gravidade da situação que atravessam os portugueses; foi um discurso despropositado nos ataques ao PSD.
No que concerne à superficialidade do discurso, quero criticar o facto de o Primeiro-Ministro ter secundarizado o problema do desemprego. Não pode haver dúvidas: o combate ao desemprego é, neste momento, a prioridade absoluta e o Governo não está ao nível deste desafio.
Temos um Governo que, fechando os olhos à realidade, anuncia uma taxa de desemprego de 7,6% para 2009 quando sabe que a taxa está a crescer no último semestre de 2008; quando sabe que a economia está a estagnar; quando anuncia uma queda drástica nas exportações; quando conhece o aumento inusitado dos pedidos de subsídio de desemprego nos últimos dois meses; quando regista um recorde de novos desempregados inscritos no IEFP; e quando as falências das empresas aumentam 47%, em Setembro de 2008.
Mas o Governo finge ainda desconhecer a situação dos países nossos principais parceiros, em especial da Espanha, onde mais de 100 000 portugueses trabalham e que está num processo de recessão económica, com o desemprego a atingir, em Outubro último, 11,9% e onde a construção civil, principal sector empregador, está praticamente parada.
Para além de querer ignorar a situação do aumento do desemprego, o Governo teima em reduzir os apoios aos desempregados.
Entre 2006 e 2008, com a alteração das regras de atribuição do subsídio de desemprego feita pelo actual Governo, as despesas com aquele subsídio tiveram uma redução acumulada de mais de 300 milhões de euros — repito, mais de 300 milhões de euros.
É esta a sensibilidade social do Governo: poupar com a desgraça dos mais fracos e dos mais desprotegidos? E também para 2009 a perspectiva é sombria: um aumento de 3,6% nas despesas com o subsídio de desemprego não chega para comportar os aumentos dos salários e o aumento do desemprego que só o Governo teima em não antever.
Eis o que se pode chamar obstinada insensibilidade social, Sr. Primeiro-Ministro! A alteração que este Governo fez da lei do subsídio de desemprego tornou muito mais escassa a cobertura social desta prestação, deixando cerca de metade dos desempregados sem um apoio social digno e empurrando-os para o rendimento social de inserção, onde os beneficiários não param de aumentar.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Para o ano ainda vai ser pior!

O Sr. Adão Silva (PSD): — Isto é também insensibilidade social.
A situação criada e aquela que se perspectiva reclamam mais apoios aos desempregados. O Governo fica indiferente. O PSD não! Sr. Ministro da Presidência, o PSD não fica indiferente!

Aplausos do PSD.

O PSD não pode ficar indiferente, porque sabe bem que o aumento do desemprego e a diminuição da protecção social a essas centenas de milhares de mulheres e homens é o condimento para uma situação de emergência social, por nós denunciada há meses, e que grassa, de forma imparável, no nosso País.
Por isso, o PSD, face a uma situação excepcional, irá propor uma medida também ela excepcional: que o prazo de atribuição do subsídio de desemprego seja alargado durante o ano 2009. Custará mais dinheiro à segurança social? Claro que sim, mas o que importa é saber se vamos continuar a entesourar verbas avultadíssimas nos saldos do orçamento da segurança social, virando costas às carências prementes do diaa-dia de centenas de milhares de portugueses.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: No que concerne ao despropósito nos ataques ao PSD, quero abordar a questão do complemento solidário para idosos. Antes de mais para deixar claro que o PSD concorda com este complemento social,»

A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Agora!