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23 | I Série - Número: 017 | 7 de Novembro de 2008

Numa lembrança do tempo mais curto, não nos esquecemos quando, no Natal de 2007, este PrimeiroMinistro afirmou: «Prosseguimos uma trajectória segura de crescimento.» Aqui chegados, hoje, não nos esquecemos.
Não nos esquecemos quando este Primeiro-Ministro, que aqui está sentado, em Fevereiro, garantia que «Portugal reagiu bem às dificuldades do subprime; a economia está em recuperação». Aqui chegados, hoje, não nos esquecemos.
Quando este Primeiro-Ministro, que aqui está sentado, duas semanas antes da primeira revisão do PIB pelo Governo (de 2,2% para 1,5%), assegurava ao País: «Não há nenhum motivo para alterar as previsões.» Aqui chegados, Primeiro-Ministro, não nos esquecemos.
E mesmo quando o Ministro da Economia, há pouco mais de um mês, assegurava que «o mundo da prosperidade acabou«, tambçm não nos esquecemos,»

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): — » porque se trata de um Ministro que integra o Governo presidido pelo mesmo Primeiro-Ministro que, antes disso, há tão pouco tempo, disse exactamente o contrário.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, o CDS está, neste debate, com uma atitude construtiva: com o País e para o País. Não fazemos apenas críticas, apresentamos propostas.
Deixo-lhe aqui mais uma proposta, Sr. Primeiro-Ministro: o Governo deve reconhecer que a situação de crise nas pequenas e médias empresas é de tal ordem, o risco de falência é de tal dimensão, a ameaça para o emprego é tão preocupante que se justifica reduzir — digo bem, reduzir (saliento que não estou a propor eliminar) — o pagamento especial por conta devido pelas empresas.
O esforço que as PME têm de fazer para este pagamento é, numa situação de crise muito séria, quase impossível de cumprir.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): — Diminui a liquidez, é devastador para a tesouraria.
Se o Governo reduzir num terço, ou até para metade, este pagamento, salva empresas, salva empregos. É a prioridade e pode financiá-la através de modestos cortes, por exemplo em obras não urgentes e em maior selectividade na despesa com assessorias externas.
É mais uma boa proposta do CDS. Esperamos que, ao menos, o Governo a oiça e sobre ela reflicta e pondere.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Ministro de Estado e das Finanças.

O Sr. Ministro de Estado e das Finanças (Teixeira dos Santos): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A proposta de lei do Orçamento do Estado para 2009, apresentada pelo Governo a esta Assembleia, assumese como um instrumento de acção governativa de combate aos efeitos da crise financeira e de resposta às dificuldades esperadas para o País nesta conjuntura económica adversa.
Não ignoramos que vivemos tempos de dificuldades, mas achamos que estas devem ser enfrentadas com coragem, com determinação e sentido de responsabilidade para com o País e a sua economia. Achamos que os tempos exigem solidariedade para com aqueles que sejam menos capazes de suportar os efeitos desta crise internacional.
Por isso, este é um Orçamento que suporta um conjunto importante de medidas de apoio às famílias mais necessitadas e às empresas.