27 | I Série - Número: 017 | 7 de Novembro de 2008
conjuntura adversa que nos rodeia. Por isso, devemos manter uma política responsável e prosseguir com a linha de rumo, levando a cabo as reformas estruturais necessárias para que Portugal resista melhor às dificuldades conjunturais e continue a progredir na rota da modernidade e do reforço da sua competitividade. É esta a via do progresso e da melhoria das condições de vida dos portugueses.
Por isso, o Governo continuará a apostar nos domínios das qualificações, da intensificação da inovação e do uso da tecnologia, da dinamização do ambiente para os negócios, nomeadamente para as pequenas e médias empresas, na área da energia e outros sectores.
Destaco a aposta na valorização dos recursos humanos, que é uma prioridade assumida por este Governo.
Por isso, a aposta na educação, na ciência e na tecnologia está claramente expressa nas prioridades orçamentais para 2009.
De igual modo, o reforço das condições favoráveis ao empreendedorismo continua a ser uma aposta clara da nossa política orçamental, a qual apoiará as iniciativas em curso de simplificação e desburocratização administrativa, de melhoria da eficiência da Administração Pública, de simplificação e reforço da equidade do sistema fiscal e da criação de condições mais favoráveis à actividade das PME.
Aplausos do PS.
É neste sentido e neste quadro que a proposta de Orçamento do Estado para 2009 deve ser avaliada, ou seja, na sua capacidade de orientar as políticas públicas para, de uma forma responsável e sem comprometer o equilíbrio das finanças públicas, enfrentarmos com coragem e determinação esta conjuntura económica e financeira externa ao lado dos cidadãos e das empresas. Estou convicto de que esta apreciação só pode ser positiva.
Sr.as e Srs. Deputados, a pior derrota é desistir antes de tentar.
Não aceitou o Governo assumir as suas responsabilidades, nem aceitei eu integrar este Governo para vacilar perante as dificuldades.
Não hesito, não hesitamos, porque isso seria, acima de tudo, convidar os portugueses à desistência, à resignação e à derrota.
As portuguesas e os portugueses merecem bem melhor que isso.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Há vários oradores inscritos para pedir esclarecimentos ao Sr. Ministro, que responderá a conjuntos de dois pedidos de esclarecimento.
Em primeiro lugar, tem a palavra o Sr. Deputado José Manuel Ribeiro.
O Sr. José Manuel Ribeiro (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, há dois elementos fundamentais que o Governo tentou esconder neste Orçamento. Refiro-me aos valores record da despesa pública e da carga fiscal e contributiva. Diria mais, tentou dissimular, através de uma alteração metodológica do registo das contribuições para a Caixa Geral de Aposentações, nunca tendo assegurado a comparabilidade dos dados, o que é lamentável.
O Sr. António Montalvão Machado (PSD): — Pois é!
O Sr. José Manuel Ribeiro (PSD): — O Sr. Ministro tentou enganar, mas infelizmente não conseguiu.
Sr. Ministro, a despesa pública atingirá, em 2009, o valor mais alto de sempre face ao PIB, ou seja 47,7%, o que quer dizer que quase metade da riqueza produzida no País é «engolida» pelo Estado.
Aliás, Sr. Ministro, é bom frisar que a despesa pública, em 2009, crescerá, face a 2008, cerca de 7%, num ano, recorde-se, em que a taxa de inflação prevista é de 2,5%.
Sr. Ministro, arrisco-me a dizer-lhe que as taxas de crescimento da despesa só têm paralelo em governos do Partido Socialista de que o senhor fez parte.
Por outro lado, Sr. Ministro, a carga fiscal e contributiva atingirá, em 2009, o valor histórico de 37,9% face ao PIB, ou seja, o valor mais alto desde sempre. Nunca, Sr. Ministro, a carga fiscal foi tão elevada em