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31 | I Série - Número: 017 | 7 de Novembro de 2008

O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Terminarei, Sr. Presidente.
Se a empresa já paga juros de mora pelo atraso no pagamento, porquê a multa, Sr. Ministro das Finanças? Logo agora, quando a economia está a degradar-se e a situação das empresas está a tornar-se mais aflitiva — na controvérsia, os tribunais, maioritariamente, davam razão ao contribuinte! Porquê, Sr. Ministro? Não é justo e, sobretudo, não é prudente na actual situação da economia.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Fazenda.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Sr. Presidente, Sr. Ministro das Finanças, se no discurso de ontem do Primeiro-Ministro a palavra «recessão» era proibida, nem sequer admitida para debate de uma eventualidade negativa para o nosso país, aliás já admitida por economistas da área do Governo, para que se possa tomar medidas preventivas nas áreas económica e social, no seu discurso de hoje, Sr. Ministro, a palavra «estagnação» também é proibida, inexistente. Mas é o que significa este Orçamento do ponto de vista do crescimento — estagnação económica.
O Sr. Ministro das Finanças argumenta que sempre disse que a economia portuguesa não estava imune à conjuntura externa adversa. No entanto, conhecemos muitas afirmações do Sr. Ministro das Finanças e também do Sr. Primeiro-Ministro que demonstram que subestimaram completamente a crise internacional e que sempre foram a reboque da mesma.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exactamente!

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Vem isto a propósito da perspectiva de, no próximo ano, se registar uma taxa de desemprego de 7,6%, idêntica àquela com que o Governo pensa terminar o ano de 2008.
Ora, com uma desaceleração do crescimento económico provavelmente maior do que a prevista neste Orçamento do Estado, como é que é possível uma taxa de desemprego idêntica à deste ano? É um mistério que, aparentemente, não tem uma explicação lógica.
Isso é mau do ponto de vista das políticas públicas, porque não previne o Governo para um aumento das situações de desemprego, de subsídio de desemprego, de alargamento da cobertura do apoio aos desempregados no nosso país, prestação que foi a única a que o Ministro das Finanças não se referiu em matçria de transferências sociais,»

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Desce!

O Sr. Luís Fazenda (BE): — » porque decresce, numa lógica contraditória em relação ao previsível aumento do desemprego.
Sr. Ministro das Finanças, também queria questioná-lo acerca da posição do Governo em relação a entidades offshore.
Já nos disse que quando houver uma decisão, preferentemente comunitária, acerca de entidades offshore, Portugal acompanhá-la-á, não tomará uma iniciativa própria sobre a matéria. No entanto, quando, hoje, há um debate internacional acerca do que será uma nova regulação do sistema financeiro internacional — pelo menos assim é apregoado —, lamentamos não ter ouvido a voz do Governo português acerca da necessidade de extinção das entidades offshore.
Como dizia, gostaria de questioná-lo sobre uma proposta que apresentaremos no debate deste Orçamento do Estado, proposta essa já anteriormente aqui rejeitada pela maioria do Partido Socialista, que é no sentido do registo dos movimentos de capitais de e para entidades offshore.
Os portugueses viram o que se passou no caso BCP e o que se está a passar no caso BPN. Porque é que o Governo — e isso, a nosso ver, não fere qualquer dispositivo do direito comunitário — não se abre à possibilidade de haver um controlo do Estado, ou pelo menos das entidades públicas, em relação àquilo que